domingo, 27 de novembro de 2011

sábado, 22 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Diretora do Pinho aposenta-se após 30 anos de serviços na educação

A professora Oneide Ferraz Alves, ao centro, durante um evento no litoral sul


A professopra Oneide Ferraz Alves, diretora efetiva da E.E. Margarida Pinho Rodrigues, aposentou-se após 30 anos de serviços prestados à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Educadora e ativista política de vocação, Oneide ingressou no magistério na sua região de origem – o Vale do Paraíba - e na década de 1980 mudou-se para a Baixada Santista onde exerceu os cargos de professora, diretora, supervisora e dirigente regional de ensino. Nessa última função – durante os governos de Mário Covas e Geraldo Alkmin – ela permaneceu mais de dez anos em exercício. Após deixar a DRE de São Vicente a professora Oneide voltou a gerir a EE. Margarida Pinho, período no qual ingressou no programa de pós-graduação da Universidade Metodista de São Paulo tornando-se Mestre em Educação. Com grande experiência em gestão educacional, ocupou o cargo de vice-presidente da AGEM-Agência Metropolitana da Baixada Santista e compunha o grupo de liderança regional do PSDB. Foi também secretária municipal de educação no município de Peruibe.


Em nome dos funcionários da escola e educadores que durante todos esses anos trabalharam com a professora Oneide, desejamos que desfrute com alegria a sua justa e merecida aposentadoria. Com ela aprendemos, compartilhamos e guardamos a paixão pelo ensino, o senso de justiça e profissionalismo. Aprendemos principalmente o valor da sensibilidade diante das características e necessidades do ser humano.


Parabéns, professora Oneide!


Dos seus amigos e admiradores de sempre.

domingo, 18 de setembro de 2011

CVV faz filme para resgatar a convivência

O CVV- Centro de Valorização da Vida está divulgando pela internet filme para resgatar o valor da convivência . Trata-se de um pequeno filme de dois minutos criado pela agência publicitária Leo Burnett explicando a importância desse valor na experiência humana.

O CVV foi criado para reduzir os efeitos nocivos da solidão e do isolamento social, uma das facetas mais negativas da urbanização e da sociedade de massas no século XX. Agora, com as recentes inovações tecnológicas, a preocupação dessa ONG volta-se para a humanização das redes sociais, criando a possibilidade de ofertar apoio emocional para as pessoas que continuam se sentindo solitárias nesse novo universo digital.


A convivência resume os princípios e práticas da doação de amizade adotadas como proposta de vida pelos voluntários. “Se observarmos bem, a sigla CVV está inserida na palavra convivência e isso diz muito sobre nós”, explica um voluntário.

CVV

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Amy Winehouse morreu.


Morreu de que ? Ninguém fala, ninguém quer falar só porque talvez tenha sido por suicídio, seja imediato ou lento, mas suicídio. É difícil aceitar o fato, mas foi assim que aconteceu também com Jim Morrison, Jimmy Hendrix, Janis Joplin e tantos outros, incluindo muitos artistas brasileiros. Os não famosos e anônimos estão aí também, todos os dias, aos milhares.



Suicídio é um assunto incômodo e vergonhoso nas sociedades que vivem de aparência. Ninguém gosta de ver reveladas as verdades íntimas e que podem fazer cair as máscaras que sustentam essas vidas duplas e atormentadas. Mesmo as religiões tradicionais são ambientes de preconceito e tratamento absurdo desse assunto grave que vem destruindo sistematicamente destinos e plano evolutivos.



O Reverendo anglicano Chad Varah, criador dos serviços de prevenção do suicídio na Inglaterra, contava em seus relatos que o que mais chocou na sua experiência inicial não foi o suicídio da menina de 14 anos por ignorância e falta de orientação sexual, mas o preconceito contra suicidas. Ele mesmo teve que enterrar o corpo da criança fora dos limites da cidade porque os suicidas eram considerados malditos pela cultura religiosa popular. A própria comunidade que ele atendia viu com maus olhos essa sua atitude de dar apoio moral para família da vítima. Outra experiência muito curiosa e difícil dos Samaritanos foi quando a filha de Winston Churchil , Diane, cometeu suicídio. Ela havia pedido ajuda aos Samaritanos e era voluntária da instituição. A imprensa marrom britânica, generosa como sempre, tratou o assunto como escândalo, com a intenção de prejudicar esse grupo, acusando seus membros de ineficiência e apenas sentimentalismo. Para a decepção dos denunciantes, depois desse “escândalo”, a instituição duplicou seu prestígio e passou a ser solicitada em outras regiões do mundo, inclusive no Brasil.


Não estamos aqui fazendo a apologia do suicídio, nem da imprensa marrom. Muito pelo contrário, nossa intenção é alertar para uma grave questão que está tirando muitas vidas e comprometendo o futuro de milhares de jovens no mundo inteiro. No Brasil as estatísticas são assustadoras a ponto da Organização Mundial de Saúde recomendar ao governo um plano estratégico de prevenção do suicídio. Médicos , jornalistas e educadores já estão recebendo manuais ensinando como lidar corretamente com o problema, sem medo e preconceito. Estamos afirmando que esse problema pode e deve ser enfrentado com a coragem e disponibilidade de oferecer ajuda a quem precisa.




A morte de Amy Winehouse, direta ou indiretamente, vai repercutir de forma negativa na mente de muitos jovens que a enxergavam como um modelo de atitude livre e auto-suficiente. Isso é preocupante. Poucos admitem que o que está em jogo é a fraqueza humana e incapacidade de lidar com problemas emocionais.



Não é somente triste. É trágico.


Dalmo Duque do Santos

terça-feira, 19 de julho de 2011

quinta-feira, 14 de julho de 2011

“Nós educamos os filhos para que eles usem drogas”


Em entrevista, o psiquiatra Içami Tiba redefine os papéis de pais e de educadores e alerta para os perigos da “cultura do prazer”



Camila de Lira, iG São Paulo 14/07/2011

Uma pergunta que nunca sai – ou ao menos nunca deveria sair – da cabeça de pais e professores é “como educar as crianças de verdade?”

Içami Tiba: "os pais devem exigir que seus filhos façam o que é necessário"

Com 43 anos de experiência em consultório, Içami alerta os pais para os perigos da cultura do prazer. “Nós educamos os filhos para que eles usem drogas”, comenta, avaliando a atitude de pais que oferecem tudo sem exigir responsabilidade em troca. Para ele, a família é a principal responsável pela formação dos valores e não deve jogar esse papel para a escola. Mas as escolas, por terem um programa educacional organizado, podem guiar os pais. Leia a entrevista com o autor.

iG: Qual a responsabilidade dos pais e qual a dos educadores na educação das crianças?

Içami Tiba: A família continua sendo a principal responsável pela educação de valores, mas é importante que haja uma parceria na educação pedagógica. As crianças viraram batatas quentes: os pais as jogam na mão dos professores, os professores devolvem. Pais precisam ser parceiros dos professores. Quem tem que liderar a parceria, no começo, é a escola, pois tem um programa mais organizado. Com a parceria, ambos ficam fortes. Os pais ficam mais fortes quando orientados pela escola.

iG: O que é mais importante na educação de uma criança?

Içami Tiba: É exigir que ela faça o que é necessário. Os pais dão tudo e depois castigam os filhos porque estes fazem coisas erradas. Mas não é culpa dos filhos. Afinal, eles não querem estudar porque estudar é uma coisa chata, mas alguma vez ele fez algo que é chato em casa? No final, a criança estica na escola aquilo que aprendeu em casa. A educação é um projeto de formar uma pessoa com independência financeira, autonomia comportamental e responsabilidade social.


iG: Como os pais podem educar bem seus filhos? Qual o segredo?

Içami Tiba: Um pai de verdade é aquele que aplica em casa a cidadania familiar. Ou seja, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. Os pais devem começar a fazer em casa o que se faz fora dela. E, para aprender, as crianças precisam fazer, não adianta só ouvir. Elas estão cansadas de ouvir. Muitas vezes nem prestam atenção na hora da bronca, não há educação nesse momento. É preciso impor a obrigação de que o filho faça, isso cria a noção de que ele tem que participar da vida comunitária chamada família.

iG: No livro, o senhor comenta que uma das frases mais prejudiciais para se falar para um adolescente é o “faça o que te dá prazer”. Por quê?

Içami Tiba: O problema é que essa frase passa apenas o critério de prazer e não o de responsabilidade. Nós queremos que nossos filhos tenham prazer sem responsabilidade. Por isso eles são irresponsáveis na busca deste prazer. E o que é uma droga, senão uma maneira fácil de se ganhar prazer? A pessoa não precisa fazer nada, apenas ingeri-la. Nós educamos os filhos para que eles usem drogas. Se ele tiver que preservar a saúde dele, pensa duas vezes.

iG: Por que você acha que alguns pais não ensinam os filhos a ter responsabilidade?

Içami Tiba: Não ensinam porque não aprenderam. Estes pais querem ser amigos dos filhos e isso não faz sentido. Provedor não é amigo.

iG: Por que o pai não pode ser só amigo ou só provedor?

Içami Tiba: Não pode ser amigo porque pai não é uma função que se escolhe, e amigos você pode escolher. O filho é filho do pai e tem que honrar os compromissos estabelecidos com ele. Um filho não pode trocar de pai assim como troca de amigo, por exemplo. Por outro lado, o pai que é unicamente provedor, como eram os de antigamente, também não dá uma educação saudável ao filho, afinal ele apenas dá e não cobra. Pai não pode dar tudo e não controlar a vida do filho. Quando digo controle, quero dizer que o pai deve fazer com que o filho corresponda às expectativas, que o filho faça o que precisa ser feito. Um filho não pode deixar de escovar os dentes ou de estudar e o pai não pode deixar isso passar.

iG: Como a meritocracia pode ajudar na criação?

Içami Tiba: O mundo é meritocrata, os pais se esqueceram disso. Ganha-se destaque por alguma coisa que a pessoa fez; se não mereceu, logo o destaque se perde. Dar a mesma coisa para o filho que acertou e para o que errou não é bom para nenhum dos dois. É preciso ser justo. Os pais precisam aprender a educar, não dá para continuar achando que apenas porque são bonzinhos vão ser bons pais. Não adianta muito um cirurgião apenas amar seu paciente; para fazer uma boa cirurgia é preciso ter técnica. É a mesma coisa com os pais.

iG: Amor e educação combinam com disciplina?

Içami Tiba: Disciplina é a coisa que mais combina com a educação. É uma competência que você desenvolve para atingir o objetivo que quer. Se você ama alguém, tem que ter disciplina. Os pais precisam fazer com que os filhos entendam que eles têm que cumprir sua parte para usufruir o amor. Os pais precisam exigir.

iG: Como exigir sem agressividade?

Içami Tiba: O exigir é muito mais acompanhar os limites, aquilo que o filho é capaz de fazer. Não dá para exigir que ele vá pendurar roupas no armário se ele não pode arrumar uma gaveta. Por outro lado, os pais não podem fazer pelos filhos o que eles são capazes de fazer sozinhos. A partir daí, quando se cria uma segurança, a exigência começa a fazer parte da convivência. Essa exigência é boa. O pai não pode sustentar e não receber um retorno. É como se ele comprasse uma mercadoria e não a recebesse.

iG: No livro, o senhor diz que todos somos educadores. Como podemos nos portar para educar direito as outras pessoas?

Içami Tiba: Você quer educar? Seja educado. E ser educado não é falar “licença” e “obrigado”. Ser educado é ser ético, progressivo, competente e feliz.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Localização da escola influencia desempenho do aluno, revela pesquisa


Marcio Fernandes/AEPerspectiva. Para os jovens da ONG Vento em Popa, do Grajaú, a escola precisa mudar para ser mais atraente para os alunos


Mariana Mandelli - Estadão, 12 de julho de 2011

Alunos com o mesmo perfil sociocultural têm desempenhos diferentes de acordo com o índice de vulnerabilidade social do local onde fica a escola em que estudam. A conclusão é da pesquisa Educação em Territórios de Alta Vulnerabilidade Social na Metrópole, que avaliou o impacto da localização do colégio na educação.




Em unidades localizadas em áreas altamente vulneráveis, cerca de 50% dos alunos com baixos recursos culturais familiares (bens culturais disponíveis em casa, como TV, DVD, internet e livros, aferidos pelo questionário socioeconômico da Prova Brasil, e escolaridade da mãe ou mulher responsável pelo estudante) têm desempenho abaixo do básico e apenas 10% deles apresentam desempenho adequado. Já nos colégios de entorno não vulnerável, 38% dos alunos com esse mesmo perfil estão abaixo do básico. A melhora também aparece no aumento de taxa de estudantes com aprendizado adequado e avançado: 24%.




A pesquisa conclui que escolas em territórios de maior vulnerabilidade social têm Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mais baixo que as de entorno menos vulnerável. Os dados também apontam que alunos com mais recursos culturais apresentam notas mais baixas quando estão matriculados em escolas que ficam em territórios de alta vulnerabilidade social. "Quando mostramos o impacto que o entorno da escola tem na vida do aluno de baixo nível sociocultural, percebemos que ele é, sim, capaz de aprender", explica Mauricio Érnica, coordenador do estudo.




A pesquisa é de Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Fundação Tide Setubal, Fundação Itaú Social e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 61 escolas públicas de ensino fundamental da subprefeitura de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Também foram usadas as notas da 4.ª série do ensino fundamental na Prova Brasil de Língua Portuguesa de 2007 e o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social




Políticas.




A relação entre aprendizado e território se deve a diversos fatores, como o isolamento da escola, a baixa oferta de matrícula na educação infantil e o nível sociocultural homogêneo dos alunos da região. "Por essas e outras razões, programas públicos tendem a não ter efeito em áreas que demandam políticas sensíveis às desigualdades", diz Antonio Batista, coordenador de desenvolvimento de pesquisas do Cenpec. Ele também destaca que as escolas criam uma relação de interdependência: as unidades localizadas em áreas de vulnerabilidade social média e baixa atraem profissionais mais qualificados e estudantes com melhores recursos culturais familiares. Assim, elas acabam pressionando quem não se adequa a trocar de escola. "Pais que moram em regiões mais vulneráveis evitam certas escolas", diz Batista.




A pesquisa aponta aspectos a serem considerados na formulação de políticas públicas para os territórios vulneráveis. "Temos de pensar em políticas específicas, articuladas com serviços além da educação; romper o isolamento das escolas, criando mecanismos de colaboração entre elas; e organizar as unidades para atenderem as necessidades de seu público real, não ideal", diz Anna Helena Altenfelder, superintendente do Cenpec.




Mozart Neves Ramos, do Movimento Todos Pela Educação, concorda. "Temos um problema multifacetado, que exige a articulação dos governos", diz. Jovens que estudam em regiões vulneráveis confirmam os problemas apresentados pelo estudo. "Quando mudei para uma escola mais distante daqui, percebi que lá tem mais professores e menos aulas vagas", conta Alex de Araújo, de 16 anos, morador do Grajaú, região sul de São Paulo.

domingo, 5 de junho de 2011

Angelina Jolie proíbe filhos de irem ao colégio



Apesar de serem conhecidos como pais perfeitos, Angelina Jolie e Brad Pitt têm proibido seus filhos de frequentarem aulas em colégio. Isso porque a atriz acha o sistema educativo muito ruim. O casal prefere que os seis filhos tenham aulas em casa com professores particulares especializados.

"Eu acho que vivemos em uma era diferente e o sistema de ensino não acompanhou nossos filhos e nosso modo de vida", explicou Angelina ao jornal “The Independent”.
A estrela afirmou que as viagens realizadas pela família não atrapalham o aprendizado dos filhos. "Nós viajamos e eu sou a primeira pessoa a dizer: ‘Façam o trabalho escolar o mais rapidamente possível porque vamos sair'. Em vez de palhaçada na sala de aula, prefiro levá-los a um museu e aprender a tocar violão, ler e escolher um livro", revelou Jolie.

OPINIÃO DO BLOG

Este é a constatação de que a sala de aula acabou e que as escolas não têm muito a oferecer aos alunos na Era do Conhecimento. O que existe hoje nas escolas é algo que deixa muito a desejar também quanto à socialização ou escolarização social. Eles vão à escola como se estivessem indo ao shopping ou à praia, locais em que os estudos certamente não estão em primeiro plano. Querem conversar, namorar, usar drogas, brigar, enfim, tudo, menos estudar. Pouco atraentes e completamente desatualizadas, as escolas insistem no ensino quantitativo de informações obsoletas e que não interessam à jovens que não dão valor à uma cultura ou formatos culturais que não são do seu tempo. Daí o desinteresse e os conflitos. Os poucos que se interessam pela cultura tradicional se tornam marginalizados e deslocados da maioria. As redes sociais digitais são substitutos perfeito para essa crise. Alunos não precisam estar nas escolas todos os dias e o dia todo. O ensino à distância e os programas alternativos e temáticos devem romper a rigidez das séries, dos calendários legais da péssima gestão estatal dos sistemas de ensino, que também influem nas redes particulares. Ninguém que perder tempo com formalidades que não ensinam nada de útil, pelo contrário, emburrecem as poucas inteligências que sobraram nesse universo massivo que vai ser brevemente destruídos pelas novas tecnologias de comunicação. O futuro já chegou e ainda estamos presos e afundados no século XX. Libertemo-nos!

PS.

Angeli Jolie segue uma antiga a tradição americana de não acreditar que instituições podem substituir a socialização familiar. Essa tradição surgiu numa época em que a maioria dos americanos não tinha dinheiro para educar seus filhos em escolas privadas e também não dispunham de escolas públicas de qualidade. O pai de Angelina, o ator John Voight, também ficou conhecido por sua atuação no filme Conrack, sobre um professor branco que resolveu assumir a educação de uma classe de alunos negros e pobres no Estado racista do Mississipi nos anos 1960 ensinando a eles as melhores tradições culturais americanas.

sábado, 28 de maio de 2011

Sala de aula brasileira é mais indisciplinada que a média, diz estudo


Mais de 30% dos alunos dizem que professor 'têm de esperar um longo período até que a classe se acalme'

25 de maio de 2011 -BBC Brasil

As salas de aula brasileiras são mais indisciplinadas do que a média de outros países avaliados em um estudo do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, na sigla em inglês).

O estudo, feito com dados de 2009 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta que, no Brasil, 67% dos alunos entrevistados disseram que seus professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar um longo período até que a classe se acalme para dar prosseguimento à aula.

Entre os 66 países participantes da pesquisa, em média 72% dos alunos dizem que os professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar que a classe se discipline.
Os países asiáticos são os mais bem colocados no estudo: no Japão, no Cazaquistão, em Xangai (China) e em Hong Kong, entre 93% e 89% dos alunos disseram que as classes costumam ser disciplinadas.

Finlândia, Grécia e Argentina são os países onde, segundo percepção dos alunos, os professores têm de esperar com mais frequência para que os alunos se acalmem.
O estudo foi feito com alunos na faixa dos 15 anos.
Menos distúrbios.

O estudo identificou que os distúrbios em sala de aula estão, em média, menores do que eram na pesquisa anterior, feita no ano 2000.

"A disciplina nas escolas não deteriorou – na verdade, melhorou na maioria dos países", diz o texto da pesquisa. "Em média, a porcentagem de estudantes que relataram que seus professores não têm de esperar muito tempo até que eles se acalmem aumentou em seis pontos percentuais."

Segundo o estudo, a bagunça em sala de aula tem efeito direto sobre o rendimento dos estudantes.

"Salas de aula e escolas com mais problemas de disciplina levam a menos aprendizado, já que os professores têm de gastar mais tempo criando um ambiente ordeiro antes que os ensinamentos possam começar", afirma o relatório da OCDE.

"Estudantes que relatam que suas aulas são constantemente interrompidas têm performance pior do que estudantes que relatam que suas aulas têm menos interrupções."

A criação desse ambiente positivo em sala de aula tem a ver, segundo a OCDE, com uma "relação positiva entre alunos e professores". Se os alunos sentem que são "levados a sério" por seus mestres, eles tendem a aprender mais e a ter uma conduta melhor, conclui o relatório.

No caso do Brasil, porém, a pesquisa mostra que os estudantes contam menos com seus professores do que há dez anos.

"Relações positivas entre alunos e professores não são limitadas a que os professores escutem (seus pupilos). Na Alemanha, por exemplo, a proporção de estudantes que relatou que os professores lhe dariam ajuda extra caso necessário cresceu de 59% em 2000 a 71% em 2009", afirma o relatório. Já no Brasil essa proporção de estudantes caiu de 88% em 2000 para 78% em 2009.

Dilemas na Sala de Aula

O educador sabe o que é estar em uma sala de aula de ensino fundamental, com 30 ou 40 alunos conversando ao mesmo tempo, brigando, discutindo, agitados e sem levar muito a sério que a real intenção do professor ali à frente é educar. Quando isso acontece o professor busca uma maneira de controlar a sala de aula e conseguir a atenção dos alunos, vamos ver algumas possibilidades de lidar com estas situações:
Dar um grito bem alto e conseguir a atenção dos alunos com um susto nos próximos 2 minutos e depois voltar à estaca zero.

Fazer ameaças de dar zero na prova e consequentemente estabelecerá uma relação com seus alunos de poder e submissão, evidenciando que a prova só serve para mostrar quem tem mais poder.

Esperar a frente da sala calado e com cara de mal, que eles calem-se percebendo que tem um professor na sala, correndo o risco que eles nunca percebam e você continue ali praticamente ignorado.
Entrar com eles em uma disputa de poder até que eles percebam “quem manda no pedaço”. Ou até que você perceba que acabou de colocar em discussão uma questão que deveria ser inegociável, (a autoridade do professor em sala de aula).

Se você já fez tudo isso e já se conscientizou que nada disso funciona, parabéns, isso mostra que tem experiência profissional e que está amadurecendo em sua gestão de sala de aula. Vamos agora falar do que realmente funciona:

Se a sala gosta da bagunça, bagunce ainda mais do que eles , mas, lidere a bagunça. Prepare uma aula com jogos e desafios, divida a sala em times e permita que eles gritem, torçam e disputem o saber a ponto de aprender para vencer.

Descubra o líder da bagunça, aquele que geralmente é visto como “o aluno problema” e todos os professores preferem ignorar a presença dele em sala e CONQUISTE-O, traga-o para o seu lado e peça para ele controlar a sala e que você confia na capacidade de liderança dele para a realização da aula (delegue poder e autonomia).

Conquiste os seus alunos e diga a eles o quanto você acredita neles, quanto você espera se orgulhar deles. E espere o esforço que eles irão fazer para não te decepcionar.


Lembre-se: o objetivo da aula é o aprendizado, se ele não vier, tente novamente e faça uma aula diferente.

Ione lobo

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Escolaridade impulsiona os salários

83% dos assalariados em empresas não têm curso superior e isso acha os salários, diz IBGE


Diferença salarial é mais acentuada por escolaridade; em 2009, trabalhador com nível superior ganhava 225% mais

AE 25/05/2011 12:28

Os homens ainda são maioria no mercado de trabalho e possuem salário maior que o das mulheres, segundo o Cadastro Central de Empresas 2009 (Cempre), divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, ao contrário do que ocorria no passado, o gênero não é mais tão determinante para o sucesso profissional. O que impulsiona o salário atualmente é o nível de escolaridade. Embora os homens ganhassem 24,1% a mais do que as mulheres, segundo a média nacional, a escolaridade mostrou-se mais determinante para o nível salarial. Os trabalhadores que tinham curso superior ganhavam um salário 225% maior do que os que não concluíram a faculdade.

De um montante de 40,2 milhões de trabalhadores assalariados, 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5%) contra apenas 6,6 milhões de pessoas com curso superior (16,5%). No entanto, essa fatia de trabalhadores que concluíram a faculdade concentrou R$ 310,6 bilhões, ou 39,7% da massa salarial, enquanto os outros R$ 471,3 bilhões, ou 60,3%, foram distribuídos entre os trabalhadores com menor escolaridade.





O salário médio mensal, em 2009, foi de R$ 1.540,59 ou 3,3 salários mínimos. Os homens receberam, em média, R$ 1.682,07, ou 3,6 salários, enquanto as mulheres receberam R$ 1.346,16, ou 2,9 salários.

O levantamento foi conduzido com 4,8 milhões de empresas e organizações, que reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões (58,1%) eram homens e 33,6 milhões (83,5%) não tinham nível superior.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

''Não há profissões só para homens ou só para mulheres'

Pesquisadora aponta diferenças entre os cérebros masculino e feminino, mas afirma que dinamismo do sistema nervoso garante aptidão dos dois para qualquer atividade intelectual


Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo -27 de fevereiro de 2011


Homens e mulheres utilizam estratégias distintas para resolver os mesmos problemas, um reflexo das particularidades dos cérebros masculino e feminino. Mas, para a médica italiana Marina Bentivoglio, as diferenças não privilegiam nenhum dos sexos e apontam para uma verdadeira complementaridade. Professora da Universidade de Verona, Marina é uma das mais importantes neurocientistas em atividade.

Na semana passada, ela veio ao Brasil para a 5.ª Escola Latino-Americana de Epilepsia, em Guarulhos. O evento, promovido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), reuniu jovens médicos de diversos países latino-americanos e especialistas em neurociência e epilepsia de renome internacional. O encontro termina na terça-feira.

Quais as principais diferenças entre os cérebros feminino e masculino?

Há diferenças fisiológicas: a sensibilidade a determinados neurotransmissores, a distribuição de receptores, particularidades estruturais, o volume de sinapses... Mas o significado prático dessas diferenças ainda é motivo de controvérsia. Alguns fatos são evidentes. Na mulher, o cérebro prioriza funções relacionadas à maternidade e ao cuidado dos filhos, necessárias para a conservação da espécie. Mas, do ponto de vista da organização social, as diferenças nos cérebros de homens e mulheres são comparáveis às particularidades encontradas entre cérebros de pessoas do mesmo sexo. O cérebro feminino, por exemplo, é muito verbal, apto para a comunicação. Mas há homens que se comunicam bem e mulheres que não se comunicam tão bem. Natureza e sociedade exercem cada uma a sua influência.

Podemos diferenciar o que é construção social ou biologia na mente?

Não. É difícil diferenciar, pois o cérebro é dinâmico. A organização dos circuitos cerebrais influencia a experiência e a experiência modifica esses circuitos. Há um contínuo interagir entre natureza e educação, entre nossos circuitos cerebrais e a experiência concreta. Mesmo na velhice, nosso cérebro continua plástico, disposto a aprender, a se adaptar.

A monogamia, por exemplo, fundamenta-se na biologia ou na cultura?

Essa questão envolve também cultura, antropologia, sociologia... E eu não sou especialista nestas áreas. De qualquer forma, nós sabemos, por estudos com outros mamíferos, que o cérebro de um animal monógamo é diferente do cérebro de um promíscuo: há diferença na concentração e distribuição de determinadas substâncias. No caso dos humanos, convém lembrar dois dados. Nem todas as culturas humanas são monógamas: há culturas polígamas. Mas a monogamia tem sido privilegiada na nossa história evolutiva e na organização social. Mesmo assim, permanece aberta a questão: foi o cérebro que influenciou essa preferência ou foi essa preferência que influenciou a organização do cérebro? Sinceramente, não sei resposta. É provável que a regra da monogamia seja ditada pela experiência e a experiência molde o cérebro.

O cérebro feminino lida melhor com a linguagem e o masculino tem mais aptidão para processamento espacial. Mito ou realidade?

É o que aponta boa parte da literatura científica. Tais particularidades estão relacionadas ao processo de lateralização do cérebro (quando determinadas funções passam a ser controladas em larga medida por um dos hemisférios cerebrais - direito ou esquerdo). A lateralização aumenta a especialização para determinadas atividades. Acredita-se que o cérebro do homem é mais lateralizado. Mas, se é verdade que o cérebro da mulher é menos lateralizado, isso não significa que seja menos perfeito. Significa somente que é mais plástico. Provavelmente, na sua história evolutiva, as mulheres precisaram enfrentar e controlar um rol maior de situações no ambiente: coleta de alimentos, controle da prole... Um cérebro menos lateralizado - e, portanto, menos especializado - estaria pronto para um número maior de cenários.

E na resolução de problemas concretos? Há alguma diferença?

A opinião mais difundida é que em várias situações homens e mulheres utilizam estratégias diferentes para resolver problemas, embora essa não seja uma questão fechada. Poderíamos citar, como exemplo que confirma essa tese, as diferentes estratégias de aprendizado. Uma das coisas mais importantes para a nossa existência é o que conhecemos como mecanismo de recompensa: o prazer que o cérebro oferece quando realizamos atividades importantes para a manutenção da vida. E não tenho dúvidas de que esse mecanismo é diferente em homens e mulheres: ter um filho, por exemplo, oferece uma satisfação diferente para cada um. Mais uma vez, é difícil precisar qual é essa diferença - em parte cultural, em parte biológica. Mas a recompensa, por exemplo, que um menino e uma menina sentem por se comportarem bem é diferente. Do ponto de vista biológico, há diferença na distribuição dos receptores, na probabilidade de sinapses e em vários outros parâmetros do mecanismo de recompensa... Pequenas diferenças, mas importantes. E se a recompensa é diferente, as motivações e o desempenho também serão diferentes.

Há trabalhos em que as mulheres se sairiam necessariamente melhor do que os homens ou vice-versa?

Acredito que não. Naturalmente, nos trabalhos em que massa muscular é importante, os homens podem ter um desempenho melhor. Mas, do ponto de vista do cérebro, não creio que existam trabalhos mais adequados para homens ou mulheres. Convém lembrar que há uma grande variabilidade entre os indivíduos concretos. Nós somos 7 bilhões de pessoas no mundo. Não convém recorrer a categorias binárias. Você vai encontrar pessoas - homens e mulheres - com talento para algumas coisas e sem aptidão para outras. Mas não acredito que seja justificável uma separação dos trabalhos por gênero. Para qualquer um é uma questão de treino, de estímulo... Devemos procurar todos os dias novos estímulos: descobrir novos caminhos para voltar para casa, ler livros diferentes dos que estamos acostumados. Vale o princípio: use (o cérebro) para não perdê-lo. Sem dúvida, alguns contextos sociais podem fazer com que a mulher não se sinta estimulada a encarar desafios, diminuindo o seu desempenho intelectual. Mas isso também pode acontecer com homens. Não acredito que seja bom proteger esse ou aquele gênero. Sou mulher, mas gosto de trabalhar com homens. Por quê? Aprecio a diferença. É mais estimulante. Tenho homens e mulheres no meu laboratório. Acharia ruim se só houvesse mulheres. Quero diferentes abordagens para resolver os problemas. A natureza criou dois sexos e tenho certeza de que há uma ótima razão para isso.

Como o cérebro se adapta às mudanças no ambiente?

Mudar estruturas no cérebro leva milhões de anos. Por isso, as mudanças mais comuns são marginais: regulação de sinapses, interações entre neurônios e células não neuronais, etc... Ou seja, o hardware já está lá. Mas há algo como um software de modulação que atua de forma quase imediata para realizar a adaptação. Às vezes, em poucos minutos. Sua atuação depende do ambiente físico e cultural onde a pessoa está inserida. Por exemplo, uma mulher na savana e outra no norte da Europa têm diferentes prioridades e o cérebro se adapta a essas distintas prioridades. O hardware para os dois sexos é muito parecido. Mas alguns ajustes finos do software dependem das prioridades de cada indivíduo e tais prioridades dependem do gênero e do contexto social. Convém lembrar que os neurônios sempre atuam em conjunto. Nunca isolados. Se o estado de um neurônio muda, centenas ou milhares também mudam ao seu redor. Realmente funciona como um arranjo social. Essa modulação no estado dos neurônios ocorre a todo momento. Isso é, afinal, a essência da vida. O cérebro não é estático. Como a vida, ele se reorganiza sempre.

No mundo contemporâneo, o cérebro é submetido diariamente a uma avalanche de informações. O que você acha desse cenário?

Eu adoro. O problema não é a avalanche de informações, mas a seleção do mais importante. Realmente não sei se os jovens, hoje, conseguem diferenciar o lixo dos conhecimentos relevantes. O cérebro continua capaz de processar um volume imenso de informações. Mas precisamos decidir quais informações convêm processar. O pensamento crítico é mais importante do que nunca. Todo conteúdo que aprendi na escola está na internet misturado a muitas outras coisas. Você digita uma palavra no Google e aparecem milhões de bytes de informação. Como filtrá-la? Sou uma entusiasta do progresso. Mas ele traz consigo novos desafios.

Você também estuda o sono. Como a ciência vê o sono hoje?

No início da neurociência, os pesquisadores acreditavam que nosso cérebro permaneceria passivo durante o sono. Não é verdade. Ele trabalha muito. Cessa a comunicação com o ambiente externo, mas o ambiente interno continua ativo. É o momento em que se filtra e armazena o que aprendemos durante o dia. A expressão dos genes muda significativamente - cerca de 10% - durante o sono. E os genes mais utilizados no sono são justamente os relacionados à memória, ao aprendizado.