domingo, 29 de março de 2009

Suicídios cresce 20% entre os jovens no Brasil


A notícia publicada há algumas semanas na imprensa já vinha sendo prevista há anos pela Organização Mundial de Saúde - OMS. Mas esse é um assunto que continua na lista das coisas desagradáveis que ser humano centrado em si mesmo não gosta muito de conversar ou lembrar que existe. A não ser quando acontece com os outros, de preferência alguma celebridade cujo ato destrói de imediato a imagem ilusória que ela tem perante às massas. Mas quando se trata de crianças e jovens, deveria haver, no mínimo, um gesto de preocupação e compaixão, já que os adultos que se matam continuam sendo vistos como símbolos da fraqueza e do fracasso existencial. Crianças e jovens, nos quatro grandes momentos da vida física, ainda tem pela frente os dois campos de provas geralmente mais difíceis e poderiam receber mais atenção daqueles que são mais experientes. Sabemos que os suicidas em potencial são mais tentados, pois a maioria deles e precoce, fator que agrava o problema e até antecipa o confronto com situações difíceis e conflitantes. É uma tragédia que persegue a Humanidade, desafia a ciência e provoca as religiões e filosofias morais. A OMS distribui gratuitamente material educativo especificamente para professores sobre esse assunto.

Apesar de ser areligioso, o primeiro serviço de prevenção do suicídio do mundo foi criado dentro de uma pequena igreja anglicana de Londres em 1948. Chad Varah era um jovem sacerdote e decidiu fazer esse trabalho ao saber do caso de uma menina de 14 anos que se matara porque - ao menstruar pela primeira vez - pensava ter adquirido uma doença venérea. Publicou um anúncio no jornal dizendo: "Estou disposto a ouvir pessoas a falar seriamente sobre problemas sérios".

No Brasil essa batalha contra o suicídio é feita há mais 40 anos pelo CVV – Centro de Valorização da Vida, que possui postos nas principais cidades brasileiras. Os postos de Santos e São Vicente foram fundados há 30 anos por um grupo de jovens auxiliados por adultos que já tinham experiência nos postos da Capital. Os atendentes são todos voluntários e constantemente treinados para ouvir e compreender os atendidos. O posto de São Vicente fica na Rua do Colégio, 130. E em Santos na rua Campos Melo 189, Vila Matias. Ambos atendem 24 horas por dia.
Mais informações : http://www.cvv.org.br/

segunda-feira, 23 de março de 2009

Peabiru, a mais antiga estrada brasileira

Trecho do peabiru em Santa Catarina


"Um friso de praia debruado pelo muro das montanhas. Nenhuma Brecha ou porta que o introduzisse na largueza além serrana, o europeu estava confinado à beira mar!". Mas em São Vicente, existia uma exceção: Havia uma estrada antiga, visivelmente transitada". Oito palmos de largura a mergulhar no interior Brasileiro.

O Português, vendo que aquela estrada pouco perdia para as vias de Portugal, perguntou ao Índio?

- O quê é isto? Quem realizou este trabalho??
- Peabiru, respondera o Índio!
- E quem abriu este caminho tão longo?
- Pay Sumé, sendo tudo o que ele pode dizer...
- Pay Sumé?! Mas é de São Tomé que estão falando!

Foi necessário um milagre para explicar o que era uma técnica viária desenvolvida, atribuída por mais de duzentos anos ao apóstolo São Tomé. Viera o apóstolo a evangelizar os índios e estradar o continente, pois aquela técnica, para os portugueses, não poderia ser obra da natureza, muito menos, para eles, de um povo "não civilizado".

O Caminho foi a "porta de entrada" para a colonização da terra recém descoberta. Por ela, os europeus ganharam os sertões e fundaram Vilas, até a sua proibição por Tomé de Souza em 1.533, a qual cominava com a pena de morte aos infratores.

Só em 1.603 e por iniciativa de guaranis, veio a ser estabelecido precariamente sua utilização. Com esta abertura, voltou ao conhecimento do Peabiru, o mais importante caminho da América do Sul Oriental. "Os índios chamavam Peabiru a um caminho pré-cabralino". Escreveu Romário Martins ( na Revista Guairacá, Curitiba, 1.941 - Caminhos Históricos do Paraná).

Esse Caminho, primitiva via indígena de comunicação pré-colonial, era chamado de "Peabiru ou Peabiyú", pelos índios, e "caminho de São Tomé" pelos Jesuítas. Encontrando caminhos existentes antes da vinda dos conquistadores europeus, os jesuítas o atribuíram à intervenção do sobrenatural, e concluiram que foram feitos por milagres, com a só passagem do Apóstolo Tomé por outras partes.

Taunay nos fala sobre o trecho, extensão e utilização: "Como quer que seja, esse caminho existia e muito batido, com uma largura de oito palmos, estendendo-se por mais de 200 léguas, desde a capitania de São Vicente, na costa do Brasil, até as margens do Rio Paraná, passando pelos rios Tibaxia (Tibagi), Huyabay (Ivaí) e Piquerí".

O Peabiru fora de suma importância, seja pelo traçado que cortava o continente seja pelas personagens que por ele transitavam, ainda que considerado somente o período pós-cabralino: soldados sacerdotes, aventureiros, os artíficies de nossa América.

O Traçado

Taunay, citando mapas de Luis Antônio de Souza Botelho e Mourão, morgado de Matheus, diz que o traçado teria sido: "Saindo de São Paulo, passando por Sorocaba, pela Fazenda Botucatu que foi dos padres da Companhia, dirigindo-se a São Miguel junto ao Paranapanema e costeando este rio pela esquerda, tocando em Encarnacion, Santo Xavier e Santo Inácio, onde, de canoa descia o Paranapanema, entrava no Paraná e subia Ivinheíma até quase às suas margens; aí seguia, por terra pela Vacaria até as cabeceiras do Aguaraí ou Corrente onde, tornando-se de novo Fluvial, seguia por esse afluente até o Paraguai, pelo qual subia, etc...".

Alfredo Romário Martins esmiuça: "Era São Vicente, Piratininga, São Paulo, Sorocaba, Botucatu, Tibagi, Ivaí, Piqueri, bifurcava-se o caminho, indo um ramal para o Sul, até o Iguaçú, no ponto em que este rio, na sua margem esquerda, recebe o Santo Antônio".

Este roteiro não é em muito diverso daquele estabelecido por Batista Pereira (Carta a paulo Duarte, Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, vol. XXXVIII), "Uma picada de 200 léguas que, com duas varas de largura ia do Litoral (São Vicente) até Assunção no Paraguai, passa por São Paulo ...".

O padre Leonardo Nunes, citado por Serafim Leite (De: História da Companhia de Jesus no Brasil), fixou o marco final do roteiro iniciado na praia de São Vicente; Ao poente do Paraná, o caminho prosseguia, atingido o Peru e a Costa do Pacífico". O padre Lozano confirma-o, afirmando que pelas tributários do Rio Paraguai, o Peabiru atingia o coração do Peru. Segundo a maioria dos estudiosos, os incas a construíram. O Barão de Capanema assegura-nos que "seria essa estrada protegida por obras de defesa, devida aos incas, de cujo tempo se afirma existirem vestígios de estradas da Bolívia a até o Paraguai".


A influência do Peabiru

Se julgarmos tal caminho merecedor de tantas referências é porque não somente foi o mais importante da face atlântica da América Latina, mas também o maior varredouro cultural e civilizador. É Jaime Cortesão quem revela: "Duas grandes famílias culturais corresponderam predominantemente a esses dois sistemas de caminho: no sul, os tupis-guaranis, ao "Peabiru", no Norte, os aruaques à rede quase exclusivamente fluvial do Amazonas".

Foi pelo Peabiru que a civilização européia adentrou a oeste e subiu aos Andes. E para expressar a velocidade da penetração, basta assinalar que o galo, introduzido em 1.502 em Cananéia, aparecia já em 1.513 na Corte Incaica, assombrando-a por tal modo que o futuro reinante tomou o nome de Ataualpa, isto é, galo. "Esta rapidez na dissimilação dum elemento cultural prova quanto eram rápidas a ativas as comunicações através do continente...", admite Cortesão.

Apogeu e fim do Peabiru

A proibição de transitá-lo, baixada em 1.533, pretendeu clausurar o caminho. A primeiro de Junho de daquele ano Tomé de Souza relatava ao rei português as razões do fechamento: A fácil comunicação entre a Vila de São Vicente com as colônias Castelianas causavam um grande prejuízo à Alfandega Brasileira, resultado do contrabando, que já era exercido desde aquela época.

Tão severamente o fez que somente se conhece uma trangressão. E em 1.548, para a guerra contra o gentio Carijó, o exército se alonga de muito o caminho, velejando pelo litoral, para não desobedecer à proibição.
Foi em 1.603 quando inrromperam na Vila de São Paulo, quatro soldados Paraguaios de Vila Rica do Espírito Santo que vieram pelo Peabiru. São Paulo os festejou e à título de homenagem os fez acompanhar, na volta, por doze homens, encarregados de reconhecer as etapas, de reavivar o traçado.

Esse quase século de obediência à proibição acabara com as imponências e os cuidados, que os construtores dotaram o Peabiru. Após a revitalização do tracajado, passou a ser roteiros de religiosos, de bandeirantes, faiscadores, de contrabandistas.

O Peabiru em Botucatu

Chegando aos Campos da fazenda de Botucatu que foi dos padres da companhia defrontava a Serra, referência preferencial de todos os caminhos ao sul paulista. Chegado de Sorocaba, lançava um sub ramal na direção da cuesta. Aluísio de Almeida, nasceu e foi menino no Guareí antes de ser aluno do Seminário de Botucatu, escreveu ter conhecido o caminho e que soube utilizado com freqüência pelo Padre Estanislau de Campos, visitador anual das Fazenda Jesuíticas da região, exatamente as de Guareí e de Botucatu. Era "muito fundo" e chegava até o pé da Serra. este "pé da serra"embicava no Bairro do Alambari, galgava a morraria para vir a surgir nas alturas da capela de Santo Antônio. E estava na cidade. Até a chegada da Via Rondon já mais de um quarto do nosso século decorrido, esse era o caminho para viajantes e tropas e as primeiras levas de imigrantes europeus e americanos entrarem em Botucatu.

Sumé ou São Tomé?

A origem do cominho está amarrada ao mito Sumé. Segundo os indígenas a cada passada que ele dava, o caminho ia se abrindo. Mas, quem fora Sumé?

O mito Sumé é uma incógnita. Figura relatada em toda a extensão do Continente Americano. Sabe-se que possui muitos nomes: Sumé, Xumé, Pai Abara entre nossos índios, Quetzalcoatl na América do Norte, Sommay entre os Caríbas; no Haiti era Zemi, na América Central era Zamima., e muitos outros... mas a figura é sempre a mesma, Homem branco, longa barba, saía das águas para ensinar o cultivo da mandioca e muitas outras técnicas. Fora ouvido e estimado. Quisera legislar, moralizar, condenando a antropofagia e a poligamia, mas os homens aborreciam-se com isso. Em alguns lugares incendiaram a cabana que estaria preso; Em outros, dispararam-lhe dezenas de flechas. Também quiseram escalpela-lo. Ileso dos atentados sofridos,, aborrecido com o procedimento traiçoeiro dos beneficiados, retirou-se, andando de costas sobre as águas do mar, lago ou do grande rio de onde viera anteriormente. Desaparecia tão misteriosamente quanto aparecera. Deixou em todas as nações, a promessa de que voltaria em melhores tempos para o cumprimento final da missão que recebera.

Em 1.551, o espanhol Betanzoz recolheu dos andinos um retrato falado: "... disseram que, de acordo com a informação que possuíam, era um homem alto com roupa branca que chegava até seus pés, e que sua veste tinha um cinturão, e trazia o cabelo curto com uma tonsura na cabeça, à maneira de um padre, e que carregava na mão uma certa coisa que parecia lembrar o breviário que os padres trazem nas mãos.
Hans Stadem ("Viagem ao Brasil") narra o sucedido: "Misterioso personagem que veio do mar (...) e nessa direção desapareceu depois que, molestado por alguns, se desgostou e deu por terminada a sua missão de legislador e mestre de todos eles..."
Siggfried Huber ( "O segredo dos Incas") diz: "... pregou-lhe a palavra do bem e censurou sua imoralidade. Furiosos por verem seus excessos censurados, os camponeses se apoderaram de Tonapa, flagelaram-no e amarraram-no a três pesadas pedras. Subitamente, três magníficas águias desceram dos céus; com o bico serrado, cortaram as amarras e libertaram o prisioneiro. Tornou à paria, estendeu seu manto sobre as ondas e, vagando nele, como num barco, rumou para a praia...
Entre os botucudos, Manizes, citado por Arthur Ramos ("Introdução à Antropologia Brasileira") "...encontrou a veneração por Maré, dito "o antigo", cabeleira ruiva e estatura maior que a dos outros homens, anda à tona nas águas ou sobre as nuvens. Essa criatura porventosas ensinou os homens a servirem-se da natureza, "inventou" o botoque e as danças e fere com flexa invisível, o coração dos inimigos."

As Pegadas

Foram vistas por Nóbrega, Montoya e muitos outros, pegadas em rochas, que dariam o testemunho da passagem e dos trabalhos estradais do apóstolo São Tomé ao longo do caminho.Estas pedras gravadas em baixo relevo e sobrepintadas, identificam pontos importantes do caminho pré-histórico. Inscrições no mesmo estilo são encontradas na Bolívia e Peru, atestando a presença do herói mítico, que partiu do Brasil em direção aos Andes. Para muitos, esse sinal era um "sêlo"da engenharia Incaica, pois era desse modo, com a implantação de um pé humano, que se indicava nas estradas Peruanas, a direção e as distâncias.
Mito ou realidade, a figura de Sumé é encontrada em toda a extensão das Américas, e sê não fosse por ele, a colonização do Brasil seria bem mais difícil...

Hernani Donato - "Achegas para a História de Botucatu"

sábado, 21 de março de 2009

Arte de rua


(Pela Profª Carmen)

Atenção, galera das 8ªs séries...selecionei aqui, alguns links com imagens e vídeos de grafiteiros para ilustrar o nosso tema de Hip-Hop e Street Dance. Curtam o talento destes artistas!

http://entretenimento.uol.com.br/album/osgemeos_europa_album.jhtm?abrefoto=1

http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/2009/03/20/ult4326u1245.jhtm

http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/2008/05/22/ult4326u923.jhtm

domingo, 15 de março de 2009

RITMO METABÓLICO???? O QUE É ISSO??


Aí, galera... aqui é a professora Carmen, colocando em pauta um assunto que, apesar de ser comentado em aulas, pode ainda gerar algumas dúvidas. Então vamos ver se deixamos mais claro o que vem a ser o "ritmo do nosso organismo".


Por Rita Trevisan
Metabolismo... é preciso entender melhor esse conjunto de transformações que acontecem em nosso corpo.

Para começar, imagine que, enquanto você lê esta matéria, seu organismo está trabalhando a pleno vapor, em inúmeras tarefas, simultaneamente. Todas elas bastante árduas: gerar energia para as nossas atividades a partir das substâncias obtidas dos alimentos - que são absorvidas e excretadas o tempo todo -, sintetizar hormônios e enzimas, destruir células velhas e criar outras novinhas em folha para substituí-las, entre outras inúmeras funções que certamente tomariam toda esta página para serem detalhadas. Cansou só de pensar? Pois é justamente o metabolismo o responsável por todas essas reações bioquímicas essenciais à nossa sobrevivência.

"Do total de energia gasto por uma pessoa em um dia, cerca de 60% é usado para a manutenção das atividades vitais, como respirar e manter os batimentos cardíacos", explica Jocelem Mastrodi Salgado, professora de Nutrição da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Os processos que garantem a manutenção da vida não são tão diferentes de um indivíduo para outro. Já o ritmo em que o organismo dará sequência a todas essas atividades é algo muito particular. "Cerca de 80% da taxa metabólica é determinada geneticamente, enquanto os outros 20% dependem de fatores externos", diz a nutricionista.


"Do total de energia gasto por uma pessoa em um dia, cerca de 60% é usado para a manutenção das atividades vitais, como respirar e manter os batimentos cardíacos", explica Jocelem Mastrodi Salgado, professora de Nutrição da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Os processos que garantem a manutenção da vida não são tão diferentes de um indivíduo para outro. Já o ritmo em que o organismo dará sequência a todas essas atividades é algo muito particular. "Cerca de 80% da taxa metabólica é determinada geneticamente, enquanto os outros 20% dependem de fatores externos", diz a nutricionista.

Formas eficazes de acelerar o metabolismo


Quem nunca culpou o metabolismo lento pelos quilinhos a mais?
Pois a ciência comprova que os hábitos influenciam - e muito - o ritmo natural do organismo. Ao mudar o estilo de vida, é possível dar um estímulo extra à queima de calorias.

1. Sair da faixa de sedentarismo

A prática de qualquer atividade física, por si só, já dá conta de aumentar o gasto energético total. Mas as vantagens de sair do sofá e assumir uma vida mais ativa não param por aí. "O exercício regular ajuda a manter o metabolismo funcionando continuamente. Além disso, auxilia na transformação da glicose e da gordura em energia, sem a necessidade de produzir o hormônio insulina, que ajuda a engordar", explica a nutricionista Jocelem Salgado. Para entender melhor esse processo, imagine que o seu metabolismo é como um forno à lenha, que queima calorias para transformá-las em energias e, assim, garantir a continuidade de todas as funções do organismo. Exercitar-se seria como colocar mais lenha nesse forno, permitindo que o fogo queime com mais intensidade. Pois é exatamente assim que acontece: o metabolismo acelera e a queima de calorias torna-se mais eficiente. E o mais interessante: mesmo depois de cessar a atividade, o corpo continua gastando energia numa velocidade maior durante mais algum tempo. Esses benefícios podem ser obtidos na prática de uma atividade física específica ou pela simples adoção de um estilo de vida mais ativo. Basta que o corpo esteja em movimento regularmente. Você já ouviu isso antes, mas, se tiver uma meia hora de atividade acumulada todos os dias, contará com ganhos para a saúde. Para isso, também vale trocar o elevador pelas escadas, descer do ônibus um ponto antes ou ir a pé até a padaria, todos os dias pela manhã. Já é o suficiente para dar um empurrãozinho no seu metabolismo.

2. Praticar musculação

Qualquer tipo de exercício traga benefícios à saúde, são esses os que permitem maximizar o rendimento do seu metabolismo. As atividades resistidas garantem o aumento do volume do músculo e esse ganho, por si só, é capaz de impactar positivamente o ritmo natural do nosso corpo. Não é difícil explicar essa mágica. "O músculo precisa de mais energia para se manter vivo, ao contrário do tecido gorduroso. Por isso, é capaz de queimar calorias até quando estamos em repouso", atesta o endocrinologista Pedro Saddi, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Por isso, podemos dizer que, quando aumentamos a massa muscular, aceleramos a taxa metabólica, que tem a ver com o gasto de energia diário. Para esse objetivo, a musculação é a atividade mais eficiente. Mas, para quem não se dá bem com esse tipo de exercício, as aulas de ginástica localizadas também são uma excelente pedida. Para quem nunca praticou, a dica é começar o mais rápido possível, pois, em qualquer idade, é possível perder tecido gorduroso, substituindo-o por músculos. Para quem já pratica, a ideia é aumentar o peso gradativamente, experimentando novos exercícios e permitindo que o metabolismo seja frequentemente estimulado.

FORA DE CONTROLE


Além dos hábitos, outros fatores influenciam no ritmo do metabolismo. Esses, infelizmente, não podem ser mudados.

Carga Genética: as atividades do metabolismo envolvem dois processos fundamentais: o anabolismo (a construção) e o catabolismo (destruição). Esses aspectos são bastante influenciados pelo fator genético. "Isso explica por que uma pessoa que come pouco engorda muito e outra, mesmo não tendo uma dieta restritiva, tem mais dificuldade de ganhar peso. A primeira, muito provavelmente, herdou essa predisposição dos pais enquanto a segunda, não", explica Ricardo Souto, professor de Bioquímica da Faculdade de Medicina do ABC.

Sexo: a explicação tem tudo a ver com a proporção entre a massa muscular e o tecido gorduroso. Como nas mulheres a quantidade de músculos é muito menor, pela própria constituição física, o gasto energético de repouso também é inferior. "Em geral, esse gasto calórico é 10% a 15% mais baixo nas mulheres", explica a endocrinologista Anete Hannud Abdo.

Idade: "O pico do gasto energético e da massa muscular acontece por volta dos 23 ou 24 anos e, a partir daí, o metabolismo começa a desacelerar", explica o endocrinologista Pedro Saddi. Os efeitos dessa mudança são mais profundamente sentidos a partir dos 30 anos. Com o avanço da idade, há uma diminuição progressiva da massa muscular. Essa alteração na constituição física, como já vimos, contribui para desacelerar o metabolismo. Altura e Peso: indivíduos que possuem massa corporal menor, em geral, têm um metabolismo mais lento. "A explicação é simples: é preciso muito menos energia para manter vivo um indivíduo de 50 kg e 1,50 m do que uma pessoa que pese o dobro e tenha 1,90 m, por exemplo", esclarece Saddi.

3. Investir nas fibras

Já ouviu falar em termogênicos? Em geral, é assim que são chamados os alimentos de digestão mais difícil e que, por isso mesmo, obrigam o organismo a gastar mais energia no momento de processá-los. Quanto mais difícil a digestão, maior o valor termogênico do alimento e, consequentemente, o gasto calórico para processá-lo, o que gera um impacto na aceleração do metabolismo. Nesse sentido, fala-se muito dos chás, ricos em substâncias estimulantes, da pimenta-vermelha e do gengibre, entre outros alimentos. Mas a verdade é que ainda não há estudos conclusivos relacionando o uso dessas substâncias ao ritmo de funcionamento do nosso corpo. O que os especialistas já reconhecem - e que podemos usar a nosso favor - é o poder das fibras na alimentação. "Alimentos muito processados são de mais fácil digestão e normalmente oferecem um aporte maior de calorias. Já os alimentos ricos em fibras, que exigem maior esforço em todo o processo de digestão, desde a mastigação, auxiliam no emagrecimento, pois o gasto energético envolvido nesse processo é muito maior", explica Saddi.

4. Consumir carboidratos regularmente

carboidratos fornecem a matéria prima que, transformada em energia, permite que o corpo realize todas as suas atividades normais. Além disso, são eles que dão combustível aos músculos. Sem uma dose mínima de carboidratos, o metabolismo funciona em câmera lenta e nossa disposição para todo tipo de atividade física diminui consideravelmente. "Toda a gordura do corpo se queima na fornalha dos carboidratos. Ou seja, eles são fundamentais para que a gordura seja decomposta e metabolizada e o indivíduo emagreça", explica Saddi. O segredo para manter a saúde e não engordar é acertar na quantidade e na qualidade dos carboidratos que consome. Nesse sentido, os feitos de grãos integrais - arroz e pães, por exemplo - e os alimentos de origem vegetal não refinados - legumes, frutas e verduras - são, de longe, as melhores pedidas.

5. Não cortar proteínas e gorduras da dieta


Mas não basta incluir a quantidade adequada de carboidratos no seu cardápio se não puder contar com os benefícios que outros grupos alimentares são capazes de lhe trazer. Nesse sentido, vale um alerta dos especialistas: "A melhor dieta é aquela que combina todos os tipos de nutrientes, em porções adequadas. Dietas restritivas, que sugerem cortar por completo o consumo de carboidratos, proteínas ou mesmo gorduras certamente vão trazer prejuízos à saúde", explica Anete Hannud Abdo, endocrinologista do Projeto de Atendimento ao Obeso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo. A ingestão de proteínas, por exemplo, diminui a velocidade da digestão dos carboidratos, quando o consumo das duas substâncias é associado. O resultado é que, assim, conseguimos prolongar a energia e a ativação metabólica por mais tempo. Além disso, é a proteína a principal matéria-prima para construção e reparo dos músculos. Assim como ela, as gorduras desempenham papel fundamental em nosso organismo. Quando acompanhadas dos carboidratos, elas ajudam a estabilizar o nível de glicose no sangue, aumentando a sensação de saciedade e impedindo que você coma mais do que precisa e, consequentemente, engorde. Outra vantagem: se não tiver o mínimo de gordura para queimar, seu corpo usará um combustível alternativo: sim, os músculos! O segredo para contar só com os benefícios desses dois grupos alimentares é, mais uma vez, acertar na qualidade e na quantidade. As melhores proteínas são as magras, obtidas a partir do consumo da carne de peixe, feijão e derivados da soja, entre outros. No grupo das gorduras, fique com as insaturadas, que estão presentes, por exemplo, no abacate, na azeitona, nas nozes e nos grãos de soja.

6. Fazer refeições menores - e mais frequentes

"Os estudos comprovam que emagrece mais quem come mais vezes ao dia" diz o endocrinologista Pedro Saddi. Para entender a afirmação do especialista, basta conhecer um pouquinho melhor o funcionamento do nosso corpo. Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que a função primordial do organismo é a manutenção da vida. Para cumprir esse propósito nobre, ele faz tudo o que estiver ao seu alcance, adaptando-se às mais diversas situações muito rapidamente. É por isso que, quando fazemos intervalos muito grandes entre as refeições, ele dá um jeitinho de fazer uma reserva de combustível, prevendo uma emergência. Como não sabe se receberá alimento brevemente ou não, precavido, entra em um modo de semi-inanição, reduz a velocidade do metabolismo e, a partir daí, tanto os depósitos de gordura como as calorias passam a ser queimados mais lentamente. Pior ainda: para ganhar energia, na falta de alimentos, o corpo pode começar a consumir o seu próprio tecido muscular. "O jejum prolongado é sempre interpretado pelo organismo como um período de escassez de alimentos, uma ameaça à sobrevivência. Por isso, o ideal é fazer refeições menores e mais frequentes, alimentando-se a cada três horas", indica Anete Abdo. É justamente o fornecimento contínuo de nutrientes que permite ao metabolismo manter-se acelerado o dia inteiro.

7 .Comer sempre nos mesmos horários

Mesmo que não consiga fazer mais do que três paradas diárias para se alimentar, tente, pelo menos, estabelecer horários para isso. Defina, por exemplo, que almoçará todos os dias entre 12h e 13h. E tente perseguir essa meta, como um desafio pessoal dos mais importantes. O princípio aqui é que o corpo saberá mais ou menos quando receberá um aporte extra de energia e não fará tantas reservas. Se sua rotina for extremamente desregrada, é muito provável que o organismo dê uma desacelerada total para impedir que falte combustível para as atividades essenciais.

8. Dormir bem
Passar oito horas por dia na cama parece uma tremenda perda de tempo? Pois saiba que esse cuidado é fundamental para manter todo o organismo - e até mesmo o metabolismo - funcionando com 100% da capacidade. Explicando: o sono atrasado interfere na função do corpo de metabolizar os carboidratos e, por isso, você já acorda sem energia, o que diminui muito a disposição para todas as atividades. Sem seu principal combustível, o metabolismo entra em marcha lenta. A falta de uma boa noite de descanso, que proporcione sono profundo, influencia ainda a produção do hormônio do crescimento que, na fase adulta, ajuda a regular a proporção entre massa magra e gordura, auxiliando na constituição dos músculos. Sem esses hormônios, você perde massa magra e o metabolismo fica drasticamente prejudicado

9. Beber muita água

Todas as nossas células contêm água e, da mesma forma, as reações químicas do corpo dependem dela. E aqui estamos falando também dos processos realizados pelo nosso organismo na tentativa de gerar energia para as atividades essenciais. Ela é, portanto, fundamental para a nossa sobrevivência, para a queima de calorias e para garantir que o metabolismo continue funcionando 100%. Além disso, se estivermos desidratados, nossa disposição e o vigor com que realizamos as atividades físicas também diminuem muito. "Assim como é importante manter uma dieta balanceada, a água é fundamental para um melhor aproveitamento de carboidratos, gorduras e proteínas, que são o combustível do nosso metabolismo", explica Anete. "O ideal é beber entre oito e dez copos por dia", complementa Jocelem.

domingo, 8 de março de 2009

Química da Vida : fatos sobre o fumo

Imagem utilizada pelo Ministério da Sáude em campanha contra o fumo


Olá pessoal!

Aqui é o professor Marcos saudando vocês por acessarem o blog de nossa escola.
O meu artigo inaugural a seguir é pequeno, mas de uma importância enorme.
A nossa obrigação como educadores é informar, porém, a decisão será sempre de vocês.
A vida de uma pessoa de 30 anos que fuma 15 cigarros por dia é, em média,encurtada mais de 5 anos.

Quem fuma:

● mais de um maço por dia tem cerca de 20 vezes mais propensão a desenvolver câncer de pulmão do que um não- fumante. De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, o fumo causa mais de 75% das mortes por câncer de pulmão;

● apresenta maior probabilidade de desenvolver aterosclerose (“estreitamento” das artérias ) e duplica as chances de morrer por problemas cardiovasculares;

● tem sete vezes mais suscetibilidade a desenvolver úlcera péptica (especialmente úlceras malignas) que um não fumante;

● possui 5% menos oxigênio circulando no sangue que um não fumante, devido ao monóxido de carbono presente na fumaça, que se liga à hemoglobina;

● e está grávida pode dar à luz um bebê com baixo peso. Há o dobro de risco de aborto espontâneo, natimorto ou morte nos primeiros dias de vida;

● sistematicamente perto de crianças, faz com que a chance de elas adquirirem pneumonia durante o primeiro ano de vida seja duplicada;

● e parar de fumar diminui o próprio risco de morrer de câncer e com problemas cardiovasculares ou pulmonares.

Fonte dos dados: Solomon, Eldra Pearl et at. Biology. 4. Ed. Orlando, Saunders,1996. p. 976.

O tratamento contra o tabagismo através de acupuntura

sábado, 7 de março de 2009

Interdisciplinar - Cine Aula - Ensino Médio


Filme: A GUERRA DO FOGO - Título original: La Guerre du feu
Diretor: Jean-Jacques Annaud
Atores: Everett McGill, Rae Dawn Chong, Ron Perlman, Nameer El Kadi.
Origem: França / Canadá Ano: 1981 Duração: 97 minutos
Sinópse:

É uma das mais bem sucedidas reconstituições da Pré-História, na qual Jean-Jacques Annaud filma o quotidiano dos primeiros grupos humanos. Anthony Burgess criou a linguagem usada por estes homens primitivos, numa aventura pré-histórica em que um trio de nômades percorre savana em busca do fogo que a sua tribo perdeu e não sabe como fabricar. Pelo caminho encontram tigres dentes-de-sabre, mamutes, tribos canibais e um grupo de humanos mais evoluído, que já domina a técnica de produção de fogo. Um épico quase antropológico, com suspense, humor e algumas cenas de sexo e violência, pelo que se deverá ter em atenção a faixa etária dos alunos a quem o filme vai ser exibido. A coreografia gestual é da autoria de Desmond Morris.

Justificativa e objetivos didáticos-pedagógicos

A pré-História é dos mais fortes temas educativos (aprendizagem, convivência, conhecimento, auto-conhecimento e realização); e de contextualização: ela nos leva também a refletir sobre os diversos aspectos e significados da experiência humana: por quê vivemos (os sentidos e significados), como vivemos ( os meios e as condições) e por quê vivemos (os fins e significações).

Exploração transdisciplinar

Ilustração do fenômeno e da experiência humana, o filme funciona como eixo temático transversal através de conceitos propostos em algumas disciplinas:

- História : Origens da Humanidade. Instinto e razão. Nomadismo e sedentarismo. civilização e barbárie. A tecnologia como extensão do corpo e da mente.
- Geografia : Dinâmica espacial e População. As conquistas tecnológicas e a alteração do equilíbrio natural.
- Filosofia: Autonomia e liberdade. Consciência e Alienação. Mito, Filosofia e Ciência. Ética e Moral.
- Letras e Artes: Comunicação e linguagem. Expressão e estética
-Matemática, Física, Educação Física e Biologia : Evolução e adaptação. Energia e Movimento. Escala e proporção. Inteligência cinestésica-corporal e ambiente.
- Química - tecnologia de aferição cronológica dos materiais e o seu uso na arqueologia e paleontologia. Fogo e metalurgia.
- Antropologia: A cultura do protótipo Biológico (Homem pré-histórico) e sua transição para protótipo Teológico das primeiras civilizações.
-Sociologia - relações sociais de conflito e reciprocidade: identidade, cultura, sexualidade, ética, trabalho e poder.
ATIVIDADES PROPOSTAS
1. Descreva o cenário natural do filme- paisagem, flora, fauna, relevo, clima. Como esse ambiente influi nos seres humanos e vice-versa?

2. Identifique as diferenças grupos humanos e seus costumes.

3. Considerando o fator educação social, fale sobre a importância do contato entre esses diferentes grupos.

4. Explique os diferentes significados do fogo na pré-história

a) Econômico (riqueza e tecnologia)
b) Social (aprendizagem intergrupos)
c) Política ( poder)
d) Cultura (religiosidade e mentalidade)

6. O papel educativo preponderante da mulher é mostrado claramente no filme. Em que situações isso ocorreu?

7. Identifique as principais mudanças ocorridas na experiência humana a partir das características do período Paleolítico para o Neolítico:

a) Nomadismo (migração constante em busca de caça, pesca , coleta) –
b) Instinto –
c) Individualismo –
d) Instabilidade –
e) Agressividade –
f) Vida em bando –
8. O Homem primitivo ainda vive fortemente em nós. Que características duquela época ainda conservamos hoje?
9. Em situações voltamos a nos comportar como Homens primitivos?
10. O fogo era uma solução para diminuir o nomadismo. A Humanidade já solucinou esse problema? Explique.
11. Observando o textos abaixo, explique:
a) Como essas informações chegam até nós?
b) O que é a ciência e como ela aconterce nas aulas da escola?
c) O que são fatos científicos? Por que são chamados dessa forma?

Pé humano e caminhar ereto existem há 1,5 milhão de anos



Pegadas descobertas no Quênia sugerem que o Homo ergaster tinha um pé muito parecido com o do homem

SÃO PAULO - Antigas pegadas fossilizadas descobertas no Quênia mostram que alguns dos primeiros hominídeos já andavam com postura ereta e tinham pés anatomicamente modernos há 1,5 milhão de anos.

Descrita na edição desta semana da revista científica Science, essa interpretação das pegadas é da equipe internacional do cientista John W.K. Harris, da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.


As pegadas foram descobertas em duas camadas sedimentares perto de Ileret, no norte do Quênia. Esse tipo de impressão, extremamente raro, oferece informações sobre os tecidos moles e outras estruturas do corpo que normalmente não são preservados no processo de fossilização. As pegadas de Ileret são a evidência mais antiga de uma anatomia de pé essencialmente humana.
O principal autor do artigo da Science, o britânico Matthew Bennett, da Universidade Bournemouth, digitalizou imagens das pegadas e comparou-as aos rastros deixados por homens modernos e outras espécies primitivas ligadas ao homem.

Comparação das pegadas de hominídeo de 3 milhões de anos, de Homo erectus, de uma das pegadas recém-descobertas e de um ser humano moderno.

O artigo descreve como a camada de sedimentos mais superior continha três trilhas de pegadas: duas com duas pegadas cada, uma com sete e diversas pegadas isoladas. Cinco metros abaixo, a outra superfície sedimentar apresentava uma trilha de duas pegadas e uma única pegada menor, isolada, provavelmente de uma criança.

Nessas amostras, o dedão é paralelo aos demais dedos, diferentemente do que ocorre nos macacos, onde o dedão é separado, em uma configuração de agarramento útil na locomoção em árvores. As pegadas mostram um arco alongado no pé e dedos curtos, tipicamente associados à postura bípede ereta.

Uma varredura a laser de uma das trilhas descobertas. As cores indicam a elevação do terreno, com os tons frios indicando depressões e os quentes, elevações.

Tamanho, espaçamento e profundidade das pegadas foram usados para estimar peso, passada e ritmo do caminhar. Todos esses parâmetros estavam dentro do que é possível encontrar entre humanos atuais.

Os autores do artigo atribuem as pegadas a exemplares de Homo ergaster, o primeiro hominídeo a ter as mesmas proporções físicas - pernas mais compridas e braços mais curtos - que o homem moderno.

Pegadas de hominídeos mais antigas, datando de 3,6 milhões de anos, já foram descobertas na África, em laetoli, na Tanzânia. Mas revelam uma anatomia mais semelhante á do macaco.


Palavras 'eu' e 'nós' eram usadas há 40 mil anos, diz estudo

Pesquisa britânica mostra termos mais comuns do inglês no passado e os que podem se extinguir no futuro

Cientistas da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha, acreditam que palavras como "I" e "we" ("eu" e "nós" em inglês, respectivamente) já eram usadas há cerca de 40 mil anos. Entre outros termos que estariam entre os mais antigos da língua inglesa também figuram "two" ("dois") e "three" ("três").

Os pesquisadores usaram um supercomputador IBM para analisar a taxa de mudanças das palavras ao longo do tempo e dizem que podem, inclusive, prever termos que têm chances de serem extintos. Segundo eles, fazem parte deste grupo palavras com múltiplos significados e usos, como "squeeze" ("espremer" ou "aperto"), "guts" ("tripas" ou "coragem") e "bad" ("mal", "mau" ou "ruim", entre outras traduções).

Os cientistas descobriram que na raiz da pesquisa está um léxico de 200 palavras que representam conceitos que não mudaram ao longo do tempo ou de país para país.

"Temos listas de palavras que linguistas produziram e que nos mostram que, muitas vezes, dois termos em línguas relacionadas são, na verdade, derivadas de um ancestral comum", explicou à BBC Mark Pagel, biólogo especializado em evolução da Universidade de Reading.

"Temos descrições de como as palavras mudam, e essas descrições podem ser transformadas em uma linguagem matemática", explicou.

Usando o supercomputador, eles rastrearam as relações conhecidas entre as palavras para desenvolver estimativas da época em que um termo ancestral se divergiu em duas línguas diferentes. Em seguida, integraram o resultado em um algorítimo que produz uma lista de palavras relevantes em uma determinada data.

"Você escolhe uma data no passado ou no futuro e o computador fornece uma lista de termos que teriam mudado ou que ainda vão mudar", afirmou Pagel.

"Dessa lista, você pode tirar um pequeno guia de palavras que poderia usar se quisesse conversar com Guilherme, o Conquistador (rei da Inglaterra de 1066 a 1087), por exemplo", disse.

"Muitas coisas que dizemos hoje, ele não entenderia. Palavras como "big" ("grande"), "bird" ("pássaro"), "heavy" ("pesado") e "here" ("aqui")."

Segundo o cientista, o vocabulário usado naquela época vinha de uma raiz diferente daquela que originou algumas palavras do inglês moderno. Os pesquisadores também descobriram que quanto mais uma palavra é usada, menor sua variação ao longo do tempo. Isso explicaria os motivos da "resistência" dos pronomes e números.

"Os sons usados para pronunciar essas palavras eram os mesmos usados por todas as pessoas que falavam os idiomas indo-europeus ao longo da História", explicou Pagel.

"Quando conversamos uns com os outros, é como se estivéssemos em um grande jogo de 'telefone sem fio'. Mas de alguma maneira, nosso idioma consegue reter sua fidelidade."

Jornal O Estado de São Paulo – Março de 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

Disney e a mensagem subliminar

DAC – História - 3º ano Ensino Médio - Postagem 1 - Grau de dificuldade: médio


Alguns amigos e muitos alunos têm nos questionado seriamente sobre o problema das mensagens subliminares, inseridas principalmente nos desenhos animados.

Como sempre, o alvo das dúvidas são os trabalhos originais e os que foram herdados comercialmente pelos atuais dirigentes dos Estúdios de Walt Disney. Não estamos nos referindo ao grosso da produção de massa veiculada pela TV, mas aos roteiros especiais, das obras consagradas.

Disney foi um artista, mas também foi um inventor-empresarial, típico da cultura do show business anglo-saxônica. Aprendemos ainda na época da graduação que o Patinhas e toda a sua turma era uma apologia do capitalismo, mas também percebemos na leitura mais apurada dos quadrinhos e filmes que existia por parte dos criadores o cuidado na preservação de valores. No mundo familiar de Patópolis – sobretudo nos núcleos centrais - não existia pais, mães e irmão, mas apenas tios e sobrinhos. Os bons modelos eram protegidos, mas os maus exemplos (mesmo sendo parentes) não se livravam da desmoralização.

Fugindo um pouco desse aspecto comercial e social, obra de Walt Disney é sem dúvida, no seu conjunto, uma apologia dos valores da espiritualidade e do universo espiritual. Disney foi pioneiro no uso das novas tecnologias e gerou escola entre os animadores, mas nunca abandonou sua vocação educativa. Seguindo a tradição dessa modalidade artística, a maioria dos desenhos lançados atualmente pelos estúdios são metáforas das verdades espirituais e das provas que desafiam a experiência do espírito humano na carne e na vida social. Quase todos eles tocam no ponto nevrálgico da existência humana e desafiam as limitações das religiões dogmáticas: a questão da imortalidade e do livre-arbítrio.

Nenhuma criança ou adulto permanecem os mesmos depois que assistem aos desenhos criados , adaptados e produzidos por esses “magos” (1) da comunicação. A magia nesse caso é a percepção e a capacidade de despertar pela metalinguagem os valores e as coisas do universo espiritual e metafísico. É uma antiga técnica da educação iniciática ou andragógica (2), voltada para mentes abertas e maduras. Mesmo sendo biologicamente infantil, a maioria das crianças são psicológica e potencialmente adultas. Há adultos que se encontram notoriamente em condição inversa. E é nesse ponto que Disney e seus seguidores incomodam os sectários e fundamentalistas. Não conseguindo digerir os graves conceitos espirituais inseridos nos roteiros – sem que estes lhe causem algum dano na materialidade limitadora de suas mentes – empreendem uma propaganda controversa e raivosa contra a verdade. A idéia é a mesma adotada há séculos pelos escravagistas de cérebros: proibir e ao mesmo tempo estimular o dualismo pecado/virtude pela técnica do maniqueísmo. Ao invés de enxergar a mensagem, supervalorizam o meio. Nesse universo confuso e preconceituoso, abandonam a versão autêntica para exaltar a subversão da mensagem subliminar, onde identificam apenas as aberrações, geralmente os desvios comportamento. Obviamente a intenção não é a defesa da moralidade, nem dos valores cristãos, mas neutralizar os conceitos profundos e desafiadores , que levam à reflexão e inevitavelmente às questões filosóficas que os dogmas não conseguem responder. Só que o tiro sempre sai pela culatra: a curiosidade e a insatisfação não podem ser abafadas para sempre. Ninguém pode ser enganado por tanto tempo. Mesmo que haja má intenção na mensagem subliminar - seja por ideologia ou por marketing premeditado – a verdade contida na obra não pode ser reprimida e por isso não deve ser subestimada.

A mensagem subliminar é tão antiga quanto à comunicação humana e surgiu a partir do momento que a Humanidade percebeu que podia falar de coisas indevidas para os inconscientemente interessados em tais assuntos. Por isso é ela muito comum nos ambientes onde há o comportamento e a atitude dúbia, geralmente camuflada pelo véu da hipocrisia: na política, no templo, na empresa, na escola, no lar, enfim, em todos os lugares e situações onde o ser humano se mostra vulnerável nas suas atitudes. Em período históricos de gravidade como guerras , ditaduras, totalitarismo religioso, histeria coletiva, etc, o poder desse tipo de propaganda (como o boato), cresce assustadoramente e naturalmente passa ser manipulado pelas forças políticas.

Na comunicação social a mensagem subliminar encontrou um vasto campo de atuação, sobretudo na pseudo-arte e na pseudo-religião. Nem é preciso dizer como ela se expandiu nas redações e editorias que alimentam a indústria de comunicação de massa. Hoje, com a grande liberdade de expressão instituída na maioria dos países, tal recurso perdeu muito do seu poder silencioso e alimentador da arrogância dos agentes maliciosos. Mas continua existindo.

No velho jogo entre o emissor e o receptor existe o meio (o médium ou mídia). Este é o principal vetor da mensagem, que pode ser ou não subliminar, dependendo da responsabilidade e intenção de quem transmite. Muitos trechos do Velho e do Novo Testamento sofreram (e ainda sofrem) esses ataques obscuros da mensagem subliminar, mas estes não conseguem ofuscar a luz contida nas entrelinhas dos textos sagrados. Também as doutrinas filosóficas dos pensadores clássicos, desde o seu advento histórico, também sofreram constante e persistente agressão desse expediente ardiloso. Já não sofrem tanto como no passado, mas também continuam sendo assediadas pelos reacionários de plantão. A maioria delas foi alterada pelos copistas e tradutores motivados pelo interesse ideológico dominante. Não é coincidência que a palavra “tradição” tenha a mesma raiz das expressões “tráfico” e “traição”. Tradição e contradição andam de mãos dadas nesses processos subliminares.

Mas a resposta para a principal dúvida dos questionadores está onde sempre esteve: os que se apegam à letra morrem com ela; mas os que se atentam ao Espírito, continuam vivendo e sempre ressurgem diante dos embates entre o Reino de Deus e o mundo césar. No universo acadêmico e científico também existe tal postura dogmática na forma de cegueira paradigmática, fatores que contribuem fortemente para a perpetuação de conceitos duvidosos e preconceitos notórios. Mas quem é capaz de desviar o olhar e descobrir outras nuances dos fenômenos senão os próprios expectadores?

(1 )Mago, segundo o dicionário Aurélio: 1. Antigo sacerdote zoroástrico, entre os medos e persas. 2. Astrólogo; advinho; 3. Homem que pratica a magia (nesta acepção, feiticeiro, bruxo, mágico), necromante, nigromante; 4. Cada um dos reis que foram a Belém adorar o Menino Jesus.

(2) Andragogia. Modalidade educativa aplicada transversalmente à pedagogia. Enquanto a pedagogia funciona no plano lógico e horizontal da mente( provas da inteligência lógica), a andragogia é flexionada mentalmente no plano vertical e psicológico através da didática transversal ( provas da inteligência emocional).

Datas das atividades

Início: 12 de março - Entrega das atividades teóricas : 19 de março

Conclusão da atividade prática e exposição: 20 de Março

Atividade teórica individual

1. O que uma mensagem subliminar?
2. Em que condições históricas essas mensagens aparecem?
3. Como essas mensagens são elaboradas?
4. Toda mensagem e uma forma de comunicação e tem um processo lógico para ser transmitida. Quais são os três elementos básicos da comunicação?
5. A mensagem subliminar pode atingir qualquer pessoa? Explique.
6. Toda mensagem subliminar é negativa? Explique.
7. Por que os desenhos animados e games são alvos preferidos de mensagens negativas?
8. Segundo o texto, atualmente existem os chamados “caçadores” de mensagens subliminares, isto, pessoas que enxergam de forma exagerada esse fenômeno e, ao invés de esclarecer, acabam criando mais confusão sobre o assunto. Como e porque isso acontece?
9. De acordo com o texto, por que os desenhos de Disney são criticados pelos caçadores de mensagens subliminares?
10. Que mensagens subliminares podemos encontrar nos personagens e histórias de Disney.
11. O que o texto define como “Magia”
12. Como o texto diferencia o comportamento infantil e adulto ?


Atividade prática em grupo

Faça uma pesquisa em jornais e revistas e tente descobrir alguma mensagem subliminar embutida nos anúncios ou reportagens.

Depois de identificar essas mensagens, faça uma análise dos seus conteúdos comparando a intenção aparente e intenção verdadeira da peça.

Monte uma exposição para mostrar ao público os resultados de sua pesquisa.