sábado, 24 de outubro de 2009

Baile para matar aula dava droga a adolescentes

Segundo a polícia, evento de funk servia para aliciar garotos para o tráfico e meninas para a prostituição

Camilla Haddad

A Polícia de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, invadiu às 8 horas de ontem um baile funk que servia para matar aulas, dar drogas a crianças e aliciá-las para a prostituição e o tráfico. No local, havia 75 adolescentes, com idades entre 12 e 16 anos. Duas pessoas foram presas e vão responder por corrupção de menores e tráfico de entorpecentes. Conselheiros tutelares tiveram de comparecer à seccional para amparar os alunos, que só foram liberados após a chegada dos pais. Alguns chegaram até a imaginar que se tratava de um trote por telefone quando foram convocados.


Os convites para o baile funk Mata Aula de todas as sextas-feiras ocorriam na entrada e na saída das aulas de quatro colégios públicos do bairro de Morro São Pedro. O caso passou a ser investigado há dois meses, depois que os diretores dos colégios denunciaram faltas de alunos e queda na produção de classe. Para preservar as crianças, os nomes das unidades de ensino não foram divulgadas.


Quando houve a ação policial, os convidados do evento dançavam e tomavam rodadas de cerveja e copos de uísque e pinga. No local, foi preso o casal de comerciantes José de Oliveira Santos, de 48 anos, e Mariana Perez, de 21 anos. Eles cuidavam das bebidas e se apresentavam como os organizadores do baile. Em depoimento, negaram que estivessem desviando as crianças da escola. Santos disse que as adorava e estava apenas tentando "distraí-las". Mariana apresentou a mesma versão.


O seccional da cidade, delegado Mitiaki Yamamoto, explicou que os presos contavam com "agentes aliciadores" nas portas das escolas. "Também investigamos alunos que são aliciadores." Yamamoto contou que na festa também se apreendeu maconha e cocaína. Os entorpecentes, segundo ele, seriam utilizados para viciar as crianças e adolescentes e eram vendidos a preços bem acessíveis. "Posteriormente, aliciavam as meninas para prostituição e os meninos, para o tráfico."


O baile funk começou às 7 horas de ontem e era realizado em um galpão alugado para festas na Rua Dom Pedro de Alcântara. "Conseguimos informações e demos o flagrante", ressaltou Yamamoto.

FREQUENTADORES

De acordo com as pessoas presentes na festa, as meninas eram VIPs e por isso não pagavam ingresso. Os meninos tinham de desembolsar uma taxa simbólica de R$ 2 para ficar na festa até por volta do meio-dia. Os copos de pinga, segundo os adolescentes, eram vendidos a R$ 1,50. Cerveja não custava mais que R$ 2 em copos grandes. O uísque tinha valor mais alto e constava em um panfleto - uma espécie de cardápio do evento.


A adolescente A. de 13 anos, que cursa a 5ª série do ensino fundamental, ficou assustada com a chegada de várias viaturas da Polícia Civil de São Bernardo. Segundo ela, era sua primeira vez no baile. "Quem me chamou para ir foi um colega. Ele tem 15 anos e é aluno da minha escola." Assustada a menina disse que não tinha a intenção de faltar várias vezes na escola. "Quis apenas conhecer, várias pessoas estão indo, mas eu não bebo e não me drogo."


A menina conta que não é obrigada a usar uniforme todos os dias e por isso estava no baile usando calça jeans e moletom. Outra estudante, de 15 anos, negou que o local fosse um baile funk. "A polícia está exagerando. Estávamos apenas conversando."


Procurada, a Secretaria de Estado da Educação disse que desconhecia os eventos que ocorriam fora das escolas e informou que está à disposição da polícia para ajudar na investigação do caso, assim como a Secretaria de Educação de São Bernardo.

Jornal da Tarde e Estadão - 24/10/2009

domingo, 11 de outubro de 2009

Professores: o sal da terra e a luz do mundo


Como no exercício sacerdotal, os professores não são símbolos da perfeição, mas são representantes da Verdade e exercem verdadeiro mandato moral em suas atividades profissionais. Nossa função também se assemelha a dos profetas e sobre nossas cabeças, quando no exercício de lucificação, formam-se verdadeiras línguas de fogo. Isso nos torna especiais e também vulneráveis aos olhos dos lucifugos, seres reacionários e invejosos, afinizados com as trevas. Isto porque, durante as aulas, semeamos luzes em forma de frases e idéias marcantes e que vão repercutir durante longos anos na existência dos alunos. Essas luzes que plantamos neles, também acendem simultaneamente em nossas faces, mesmo que sejamos imperfeitos e frágeis. É uma conexão quântica, cósmica, a mesma que altera simultaneamente as menores partículas do átomo quando este sofre alguma modificação. Na memória dos alunos essas informações lucificadas permanecem guardadas no inconsciente e sempre vêm à tona quando surgem as situações conflitantes da vida. Nós também fomos lucificados pelos nossos mestres antigos, que eram pessoas humildes, porém brilhantes, tanto que fomos atraídos naturalmente para a mesma profissão. Deles jamais esquecemos as expressões em forma de advertências e observações.

DDS

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Educação no Japão


O sistema educacional japonês desempenhou papel importante, no momento de o país enfrentar os desafios que surgiram e de absorver rapidamente as idéias ocidentais, bem como o conhecimento sobre ciência e tecnologia durante o período de abertura da era Meiji (1868-1912). Foi, também, um fator chave para a recuperação do Japão e o acelerado crescimento nas décadas seguintes ao final da Segunda Guerra Mundial, que levou o país a ocupar o posto de segunda maior economia do planeta.

Hoje, a sociedade japonesa depara-se com novos desafios como resultado de mudanças nos padrões culturais, avanços na ciência e tecnologia, globalização econômica e um difícil ambiente de negócios. Preparar jovens que possam enfrentar essas novas situações é um dos objetivos da atual educação japonesa. Para isso, uma reforma do sistema educacional está em andamento, envolvendo desde o nível básico até as universidades.

A educação sempre esteve entre as prioridades do Japão desde a antiguidade. Em 701, por exemplo, o Código Taiho estabelecia escolas para as crianças da nobreza, tanto na capital como nas províncias. No inicio do período Kamakura (1185-1333), um número crescente de filhos de samurais recebeu educação formal, e a partir do período Edo (1600-1868) a escola foi difundida tanto para elite quanto para as pessoas comuns.

Calendário escolar

Para a maioria dos cursos básico, colegial júnior e colegial, o ano escolar no Japão começa em 1 de abril e é dividido em três períodos: abril a julho, setembro a dezembro e janeiro a março. Algumas escolas seguem um calendário de dois períodos. A transição gradual da semana escolar com 6 dias para 5 dias foi completada em 2002.

Reforma

As normas escolares contendo o resumo básico de cada matéria ensinada nas escolas japonesas, bem como os objetivos e o conteúdo de ensino de cada série, são preparados pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia e seguidas pelas instituições de todo o país. São revistos a cada 10 anos ou mais. Uma minuciosa revisão foi feita em 1998, quando foram reduzidos o tempo de aula e o conteúdo dos cursos. A reforma implementada no início de 2002 e concluída no final do mesmo ano.


Educação pré-escolar


A educação anterior à elementar é dada em jardins de infância (yochien) e em creches (hoikuen). Creches públicas e privadas aceitam crianças com menos de 1 ano até 5 anos. Os programas para crianças de 3 a 5 anos são parecidos com os do jardim de infância.

Cerca de 60% das instituições de ensino pré-escolar são privadas. A freqüência de crianças na faixa dos 5 anos ultrapassa 95%.


Educação elementar


Dura seis anos e é obrigatória para os japoneses. Quase a totalidade das escolas de ensino elementar é pública. Um único professor é designado para cada classe, sendo o responsável pelo ensino da maior parte das matérias. Em 2002, o número máximo de alunos por classe era de 40. Leitura e escrita são as partes mais importantes do currículo elementar. Além dos dois sistemas silabários japoneses (hiragana e katakana), espera-se que o aluno aprenda pelo menos 1.006 kanjis (ideogramas) até o final da sexta série.


Colegial júnior


A freqüência para os três anos da educação colegial júnior é obrigatória. Mais de 90% das escolas colegiais juniores são publicas. Em 2002, a média era de 31,7 alunos por classe.


Colegial


A educação colegial é opcional. Em 2002, 97% dos alunos graduados no colegial júnior ingressaram no colegial.

Setenta e seis por centos das escolas são públicas. O ingresso é feito por meio de um exame tipo vestibular, e a disputa pelas vagas das melhores instituições é intensa. Algumas escolas possuem cursos unificados de colegial júnior e colegial, o que livra os alunos dessa pressão.

Porém, o número delas no sistema público ainda é pequeno. Alunos em programas especiais vocacionais fazem cursos em suas áreas de estudo (negócios, artes industriais, agricultura, etc.) e dedicam menos tempo para as matérias curriculares que os estudantes regulares.

Universidade

O percentual de alunos graduados no colegial que vai tanto para uma faculdade júnior de dois anos como para uma universidade de quatro foi 48,6%, em 2002. Considerando somente as faculdades e universidades de 4 anos, o índice chegou a 40,5%. As mulheres são maioria nas faculdades juniores. Em 2002, 11% dos graduados em universidades de 4 anos continuaram em escolas de pós-graduação. 75% das universidades e 88% das faculdades juniores são privadas.

O número de alunos estrangeiros em universidades japonesas continua a crescer. Os estudantes em faculdades juniores, universidades e escolas de graduação totalizavam 86 mil em maio de 2003. Cerca de 93% deles eram dos países da Ásia.


Fonte: www.japao.org.br