domingo, 18 de setembro de 2011

CVV faz filme para resgatar a convivência

O CVV- Centro de Valorização da Vida está divulgando pela internet filme para resgatar o valor da convivência . Trata-se de um pequeno filme de dois minutos criado pela agência publicitária Leo Burnett explicando a importância desse valor na experiência humana.

O CVV foi criado para reduzir os efeitos nocivos da solidão e do isolamento social, uma das facetas mais negativas da urbanização e da sociedade de massas no século XX. Agora, com as recentes inovações tecnológicas, a preocupação dessa ONG volta-se para a humanização das redes sociais, criando a possibilidade de ofertar apoio emocional para as pessoas que continuam se sentindo solitárias nesse novo universo digital.


A convivência resume os princípios e práticas da doação de amizade adotadas como proposta de vida pelos voluntários. “Se observarmos bem, a sigla CVV está inserida na palavra convivência e isso diz muito sobre nós”, explica um voluntário.

CVV

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Amy Winehouse morreu.


Morreu de que ? Ninguém fala, ninguém quer falar só porque talvez tenha sido por suicídio, seja imediato ou lento, mas suicídio. É difícil aceitar o fato, mas foi assim que aconteceu também com Jim Morrison, Jimmy Hendrix, Janis Joplin e tantos outros, incluindo muitos artistas brasileiros. Os não famosos e anônimos estão aí também, todos os dias, aos milhares.



Suicídio é um assunto incômodo e vergonhoso nas sociedades que vivem de aparência. Ninguém gosta de ver reveladas as verdades íntimas e que podem fazer cair as máscaras que sustentam essas vidas duplas e atormentadas. Mesmo as religiões tradicionais são ambientes de preconceito e tratamento absurdo desse assunto grave que vem destruindo sistematicamente destinos e plano evolutivos.



O Reverendo anglicano Chad Varah, criador dos serviços de prevenção do suicídio na Inglaterra, contava em seus relatos que o que mais chocou na sua experiência inicial não foi o suicídio da menina de 14 anos por ignorância e falta de orientação sexual, mas o preconceito contra suicidas. Ele mesmo teve que enterrar o corpo da criança fora dos limites da cidade porque os suicidas eram considerados malditos pela cultura religiosa popular. A própria comunidade que ele atendia viu com maus olhos essa sua atitude de dar apoio moral para família da vítima. Outra experiência muito curiosa e difícil dos Samaritanos foi quando a filha de Winston Churchil , Diane, cometeu suicídio. Ela havia pedido ajuda aos Samaritanos e era voluntária da instituição. A imprensa marrom britânica, generosa como sempre, tratou o assunto como escândalo, com a intenção de prejudicar esse grupo, acusando seus membros de ineficiência e apenas sentimentalismo. Para a decepção dos denunciantes, depois desse “escândalo”, a instituição duplicou seu prestígio e passou a ser solicitada em outras regiões do mundo, inclusive no Brasil.


Não estamos aqui fazendo a apologia do suicídio, nem da imprensa marrom. Muito pelo contrário, nossa intenção é alertar para uma grave questão que está tirando muitas vidas e comprometendo o futuro de milhares de jovens no mundo inteiro. No Brasil as estatísticas são assustadoras a ponto da Organização Mundial de Saúde recomendar ao governo um plano estratégico de prevenção do suicídio. Médicos , jornalistas e educadores já estão recebendo manuais ensinando como lidar corretamente com o problema, sem medo e preconceito. Estamos afirmando que esse problema pode e deve ser enfrentado com a coragem e disponibilidade de oferecer ajuda a quem precisa.




A morte de Amy Winehouse, direta ou indiretamente, vai repercutir de forma negativa na mente de muitos jovens que a enxergavam como um modelo de atitude livre e auto-suficiente. Isso é preocupante. Poucos admitem que o que está em jogo é a fraqueza humana e incapacidade de lidar com problemas emocionais.



Não é somente triste. É trágico.


Dalmo Duque do Santos