segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Campanha de desarmanento tem 2.101 postos de entrega


O começo de ano impulsionou a entrega de armas na Campanha Nacional do Desarmamento, que apresentou um aumento de 34% no período de 1º a 13 de janeiro. Foram recebidas 851 armas, sendo 632 espingarda s e 575 Revólveres. Nesse período, a Bahia foi o estado que mais entregou armas, com o número de 469, seguida por São Paulo, que entregou 324. Já no ranking de entregas por 100 mil habitantes, a colocação ficou entre Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná nos primeiros lugares. A Campanha conta hoje com 2.105 postos de entrega.
                                                 

COMO ENTREGAR SUA ARMA
http://www.entreguesuaarma.gov.br/desarmamento/passo-a-passo/

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens no mundo


Mariana Versolato - Folha de São Paulo -22/06/2012


Uma série de estudos publicada no periódico "Lancet" chama a atenção para um assunto tabu: o suicídio.

Segundo um dos artigos, essa é a primeira causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos. Entre os homens, o suicídio ocupa o terceiro lugar, depois de acidentes de trânsito e da violência.

No Brasil, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens, ficando atrás de acidentes e homicídios.

"Antes as taxas eram maiores na terceira idade. Hoje a gente observa que, entre os jovens, elas sobem assustadoramente", afirma Alexandrina Meleiro, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Entre os jovens, a taxa multiplicou-se por dez de 1980 a 2000: de 0,4 para 4 a cada 100 mil pessoas. Segundo o estudo, os adolescentes evitam procurar ajuda por temerem o estigma e que rumores sobre seus pensamentos suicidas se espalhem pela escola.

Há outra mudança no perfil dos que cometem suicídio. O risco, que sempre foi maior entre homens, tem aumentado entre as meninas. Segundo Meleiro, isso se deve a gestações precoces e não desejadas, prostituição e abuso de drogas.

SILÊNCIO

O problema, porém, é negligenciado, como mostram dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). A entidade afirma que os casos de suicídio aumentaram 60% nos últimos 45 anos e que 1 milhão de pessoas no mundo morrem dessa forma por ano. No Brasil, estima-se que ocorram 24 suicídios por dia. O número de tentativas é até 20 vezes maior que o de mortes. "O suicídio é uma epidemia silenciosa", diz Meleiro.

Segundo a OMS, pouco tem sido feito em termos de prevenção. Os pesquisadores, da Universidade de Oxford e da Universidade Stirling, na Escócia, dizem que mais pesquisas são necessárias para compreender os fatores de risco e melhorar a prevenção. Uma estratégia é limitar o acesso a meios que facilitem o suicídio, como armas.

"O preconceito em torno das doenças mentais faz com que as pessoas não procurem ajuda", diz Meleiro. Cerca de 90% dos suicídios estão ligados a transtornos mentais. Ela diz que as pessoas costumam dar sinais antes de uma tentativa. "Acredita-se que perguntar se a pessoa tem pensamentos suicidas vai estimulá-la, mas isso pode levá-la a procurar ajuda."

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cartilha sobre bullying para educadores


A Secretaria da Educação SP está disponibilizando o seu site uma cartilha sobre prevenção do bullying. A cartilha foi desenvolvida pela psiquiatra Ana Beatriaz Barbosa, conhecida autora de diversos livros sobre distúrbio de comportamento. Trata-se de uma iniciativa denominada Projeto Justiça nas Escolas, patrocinado pela Fundação de Desenvolvimento da Educação -FDE, Conselho Nacional e Justiça-CNJ e Governo do Estado de São Paulo. O bullying é apontado como uma das principais causas do suicídio entre estudantes.

Para acessar e baixar a cartilha clique no link abaixo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Líderes em abuso de álcool são mulheres jovens e homens de meia-idade

Intervenção antes que o excesso vire vício permitiria convívio social com o álcool, dizem especialistas


Fernanda Aranda , iG São Paulo | 28/05/2012

Aos 13 anos, Alice virou três doses de pinga de uma vez, para parecer mais velha e descolada na frente dos amigos. Não largou mais a muleta da bebida alcoólica. Aos 56 anos, Manoel bebeu quase três litros de cachaça após perder o emprego e brigar com a mulher. Naquele porre, acredita, firmou o longo casamento com a dependência química.

Ela tão nova, ele na meia-idade. Ambos exemplificam o padrão nocivo de uso de álcool que acaba de ser detectado por uma pesquisa financiada pela Organização Mundial de Saúde. O estudo, chamado Megacity – feito nas Américas e na Europa – foi realizado no Brasil em parceria com o Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). Foram ouvidos 5.037 adultos da região metropolitana de São Paulo.

Os recortes dos dados nacionais sobre dependência de álcool em homens e mulheres foram antecipados com exclusividade ao iG Saúde e revelam percursos diferentes do vício na comparação dos gêneros.

“Enquanto no sexo feminino o maior índice de uso abusivo e de dependência de álcool está na faixa-etária mais jovem (até 24 anos), no recorte masculino esta maioria apareceu mais tarde, após os45”, afirma Camila Magalhães Silveira, autora do estudo no País e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).

A diferença, inesperada pelos pesquisadores, mostra uma mudança no comportamento da população dependente, já que há duas décadas a maior parte dos abusadores homens também era concentrada em uma fase mais precoce.

No passado, pontuam os especialistas, para cada cinco usuários problemáticos de álcool existia uma mulher na mesma condição. Atualmente, mostra o estudo, a razão comparativa é de 1 para 1. Elas já bebem tanto quanto eles, mas concentradas em fases distintas.

Curvas opostas

Alice, 23 anos, acumula mais de 120 meses de uso descontrolado “de toda e qualquer coisa alcoólica”, está no grupo de 6% de mulheres que antes mesmo dos 25 já apresentam problemas de saúde graves motivados pela bebida. O índice é mais do que o dobro do identificado entre as com mais de 45 anos – nesta parcela a taxa soma 2,9%.

No sexo masculino, entretanto, a curva é inversa. Os jovens com menos de 25 anos que apresentam as sequelas do consumo exagerado de cerveja, destilados e vinho somam 11,1%, contra 27,6% entre os que já completaram ou passaram dos 45 aniversários (16,5 pontos porcentuais a mais).

Em encontro recente com a reportagem, Manoel conta que sempre bebeu, mas só perdeu o controle “quando tinha família e era pra lá de maduro”. Hoje ele tem 63 anos.

A grande diferença entre as faixas etárias de homens e mulheres nas estatísticas de uso problemático de álcool tem algumas hipóteses.

A primeira explicação é fisiológica, e por si só um fator preocupante, aponta a psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) especializada em drogas, Alessandra Dihel.

“A estrutura hormonal delas é mais vulnerável ao álcool, o que faz com que seja mais precoce nelas a fragilidade diante do consumo de álcool. Para ter os mesmos danos que eles, as jovens precisam beber bem menos e por bem menos tempo.”

Outro fator apontado pela psicóloga especialista em dependência química da clínica Maia, Adriana Talarico, é o gatilho para a utilização nociva de álcool.

“No discurso dos homens, a motivação são as frustrações ao longo da vida, um declínio profissional e na produtividade, eles passam a se considerar um fardo à família, questionar as próprias conquistas”, pontua.

“Elas, por sua vez, falam da pressão para começar a vivência. A aceitação no grupo, no mercado de trabalho e também para lidar com as obrigações múltiplas que surgem desde muito cedo.”

A autora do estudo Megacity, Camila Siqueira, traz à tona outra questão: o foco da prevenção.

“É mais recente a aceitação social do uso do álcool pelas mulheres. Antes, elas não bebiam. Com isso, o foco das campanhas preventivas ficou muito centrado nos homens. As mulheres ficaram negligenciadas desta abordagem. Raros são os ginecologistas, por exemplo, que questionam se as suas pacientes bebem, fumam ou usam outras drogas.”

Perdas e ganhos

De acordo com as pesquisadoras ouvidas pela reportagem, quanto mais rápido forem feitas intervenções para evitar o comportamento abusivo, maior é a chance da pessoa afetada de mudar o curso da dependência etílica que pode comprometer o fígado, os pulmões, o coração, a fertilidade, além de aprisionar o usuário aos quadros de compulsão e depressão.

Neste sentido, a pesquisa Megacity foi pioneira também em mapear não apenas os dependentes de álcool, mas os que estão na categoria “abusadores”, fase anterior ao vício propriamente dito.

“Os usuários abusivos, por exemplo, já podem ter alterações em alguns exames clínicos provocados pela bebida, podem ter faltado muitos dias no trabalho devido à ressaca ou mudado os planos de vida por causa do álcool. Mas eles não sofrem de abstinência ou compulsão, duas características essenciais nos dependentes químicos”, explica Camila.

Se tiverem acesso ao acompanhamento terapêutico na fase de abuso – antes da transição para a dependência – estas pessoas podem até ser submetidas a um novo paradigma de tratamento para o álcool: uma relação saudável com o álcool, na qual o consumo não é totalmente banido da vida social.

“Os dependentes nunca mais podem beber, não é indicado nenhum gole. O consumo é zero. Já os abusadores, em alguns casos, podem voltar a beber socialmente”, diz a pesquisadora, lembrando que alguns chegam à etapa da dependência sem passar pelo abuso e alguns abusadores nem chegam à categoria dependente, apesar de sofrer problemas de saúde decorrentes do uso frequente da bebida.

Segundo a pesquisa, dos 6% de mulheres entre 18 e 24 anos que apresentam problemas com o álcool, 5,4% estão no padrão “abuso” e 0,6% no “dependentes”. Dos 27,6% de homens entre 45 e 54 anos computados no uso nocivo, 17,6% são abusadores e 10% estão na fase da dependência etílica.

Alice e Manuel fazem parte do segundo grupo e jamais poderão voltar a beber. Para ambos, as diferentes etapas da vida estão traçando rumo distintos à estrada da recuperação. Ela foca nas coisas que deixou de viver por causa do álcool.

“Nunca dancei uma música sem estar bêbada, não consegui terminar nenhuma faculdade, não tenho um livro de preferência porque também não consegui concentração para ler”.

Manoel, por sua vez, olha para o que deixou no caminho. “Meu filho, meu emprego, minha dignidade, minha casa, minhas conquistas, tudo ficou perdido.”

Felizmente, a disposição para seguir é compartilhada pelos dois. Alice quer saborear tudo que ainda está por vir. Manoel relembrar o gosto das vitórias que já teve.

Fumante estuda menos. Bebedor estuda mais

Fernanda Aranda, iG São Paulo | 02/05/2011

Um raio X da saúde do brasileiro mostrou que tabagismo e alcoolismo, dois fatores de risco intimamente ligados às doenças crônicas, têm relação diferenciada com a educação.

O infográfico especial, preparado pelo iG com base nos dados do Ministério da Saúde em entrevista telefônica feita com quase 55 mil moradores de todas as regiões do País, aponta que as pessoas que mais estudaram são as que fumam menos.

Por outro lado, os maiores índices de consumo exagerado de bebida alcoólica estão concentrados em que teve mais acesso ao estudo.

Pelos registros disponíveis na nova ferramenta, entre os que cursaram entre 0 a 8 anos de estudo, o índice de fumantes homens é de 22,3%. Já a taxa entre quem estudou 12 anos ou mais (conclusão do ensino médio no mínimo) cai para 11,5%.

Se para o tabagismo os especialistas apontam a educação e o acesso à informação sobre os malefícios acarretados como o principal fator de proteção, para a bebida alcoólica a frequencia nas salas de aula não garante o mesmo distanciamento do risco.

Entre quem estudou de 0 a 8 anos, 24,5% bebem mais de cinco doses na mesma ocasião em que decidem beber. Já os que estudaram mais de 12 anos somam 31,5% nesta mesma estatística, sete pontos porcentuais a mais.

A explicação neste caso é que o álcool é muito presente no ambiente universitário, além de fazer parte do cenário executivo e das profissões – uma matéria especial feita pelo iG Saúde mostra que as licenças trabalhistas para tratar alcoolismo, por exemplo, cresceram 24,4% em três anos.

Navegue pelo infográfico e descubra o comportamento de seus “vizinhos”, das pessoas de sua idade, com informações divididas por sexo. O panorama traz dados sobre fumantes, ex-fumantes, fumantes passivos, consumidores de carne em excesso, baixo consumo de frutas, bebida alcoólica excessiva, sedentarismo, diabetes e hipertensão.

domingo, 27 de maio de 2012

Sem educação formal, irmãos ganham prêmios

Fora de escola desde 2006, os jovens estudam em casa apenas os temas que lhes interessam e não pensam em cursar faculdade

Ocimara Balmant e Fernanda Bassette, de O Estado de S. Paulo -26 de maio de 2012

Davi e Jônatas estão com as malas prontas para a primeira viagem ao exterior: vão para a Califórnia em agosto. Ganharam as passagens e a estadia para a Campus Party americana após vencerem um concurso na edição brasileira do evento.

Por aqui, eles concorreram com mais de 7 mil "nerds", egressos dos cursos de Engenharia e Ciência da Computação. O currículo dos campeões, no entanto, é bem mais modesto. Eles abandonaram a escola antes de concluir o ensino fundamental.

Os dois foram educados pelos próprios pais, em casa. "Se eu estivesse no colégio, estaria entrando na universidade. Em casa, foquei apenas no que gosto. Não perdi tempo nas disciplinas que não me interessam", diz Davi, de 19 anos. Jônatas, um ano mais novo, alfineta: "Mesmo porque o melhor é ter uma boa ideia. Depois, se for preciso, coloco um engenheiro para programar".

A cada afirmação, os dois olham de soslaio para o pai, sentado no sofá ao lado e se segurando para ele mesmo não responder a todas as perguntas. A cada prêmio dos filhos - só nos primeiros quatro meses deste ano eles já ganharam cerca de R$ 30 mil em concursos - Cléber Nunes se convence ainda mais da decisão tomada no fim de 2005, quando Jônatas e Davi terminaram a 5.ª e a 6.ª série.

"Mas, mesmo com todos esses prêmios, ainda dizem que neguei educação para os meninos", diz o pai, referindo-se ao crime de abandono intelectual pelo qual ele e a mulher, Bernadeth Nunes, foram condenados em 2010. Também teriam de pagar uma multa, estimada hoje em R$ 9 mil, pela condenação em um processo na área cível por descumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "Não quitamos porque temos certeza de que nossos filhos receberam instrução adequada", afirma a mãe.

Quem a vê tão convicta nem imagina que ela era terminantemente contra a decisão do marido. Tanto que, na primeira tentativa de Cleber, no fim de 2004, Bernadeth vetou a ideia. Para convencer a mulher, ele foi aos Estados Unidos, conheceu famílias que praticavam o ensino domiciliar e trouxe uma mala cheia de material sobre o tema.

Começava aí seu processo de "doutrinação" que só tem ganhado adeptos. A mais nova convertida é a pequena Ana, a caçula da família. Aos 5 anos, ela já sabe ler e escrever, é fluente em inglês e, apesar de nunca ter frequentado uma escola, tem uma opinião formada sobre o que se aprende na instituição: "Nada".

Informal.

A sala de aula da menina é um cantinho do escritório coletivo que fica no térreo do sobrado em que a família vive, no município mineiro de Vargem Grande. No espaço, as bonecas ficam junto dos livrinhos de tecido costurados por Bernadeth.

Enquanto a mãe ensina a menina a ver as horas, Jônatas desenvolve um software para informatizar as mercearias do município, e Davi é capaz de se esquecer de comer só para programar os códigos que darão origem a um programa capaz de ajudar os candidatos a vereador e a prefeito a mapear redutos eleitorais e traçar estratégias de comunicação.

Creditam todo o aprendizado à técnica implementada pelo pai, autodidata que saiu da escola no 1.º ano do ensino médio.

Assim que os tirou da colégio, Cléber os ensinou lógica, argumentação e aritmética, base a partir da qual eles poderiam estudar o que lhes conviessem. Davi e Jônatas decidiram ignorar disciplinas como química, biologia e geografia. "Por que eu deveria saber o que são rochas magmáticas?", questiona Jônatas.

Das disciplinas oficiais, ficou somente o inglês. Para estimular a fluência, Cléber comprava cursos de informática em inglês e pedia que os filhos legendassem documentários.

Atualmente, cada um faz seu currículo e seu horário. Mas nunca são menos de seis horas diárias, seis dias por semana. Jônatas, webdesigner, dispersa fácil, tanto que decidiu sair do Facebook para não perder tempo. Davi, programador, é mais centrado, cumpre à risca a grade horária colada no mural do seu quarto, ao lado de onde se vê um versículo bíblico em hebraico, idioma que ele aprendeu sozinho com o intuito de compreender melhor textos do livro sagrado.

Motivação.

A retirada dos filhos da escola coincidiu com a decisão da família por uma vida mais simples e de retorno a padrões morais descritos na Bíblia.

Cléber abriu mão de sua empresa de produtos de aço inoxidável, como troféus e placas de honra, para fabricar as peças no quintal de casa. Bernadeth, que era decoradora e cursava Arquitetura, abandonou o curso e, desde então, dedica-se a cuidar da casa e a alfabetizar a filha.

Por fim, trocaram a cidade de Timóteo, com 80 mil habitantes, pela pequena Vargem Alegre, de apenas 7 mil moradores e quase nenhuma opção de lazer. "O pai nos comunicou sobre a mudança. No começo, estranhamos, mas agora já me acostumei com o passeio na pracinha da igreja", diz Davi.

Vez ou outra, jogam futebol com os vizinhos e viajam a Timóteo para encontrar os primos e os ex-amigos de escola. No dia a dia, e sem TV em casa, os cinco estudam, trabalham, fazem as refeições e divertem-se assistindo a vídeos do Youtube. Mas não cansa ficar tanto tempo juntos? Pelo jeito, não. Como acompanhantes da viagem à Califórnia, os meninos não hesitaram: vão levar o pai e a mãe.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Fraude é confirmada na melhor escola estadual de São Paulo

Denúncia do iG que mostrava interferência nas provas de escola com a maior pontuação do Estado foi comprovada por comissão


iG São Paulo | 16/05/2012

O Secretário Estadual de Educação de São Paulo Herman Voorwald assinou a abertura de processo disciplinar contra funcionários da escola Reverendo Augusto da Silva Dourado, que obteve a maior nota do Estado no Saresp do ano passado. Após denúncia do iG de que os estudantes foram ajudados por professores que chegaram até mesmo a fazer as provas, uma comissão foi ao local e apurou que há indícios de autoria e materialidade para comprovar a fraude.

A documentação agora será enviada à Coordenadoria de Procedimentos Disciplinares da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Em nota, a Secretaria diz que a revisão das notas e do bônus dos funcionários da escola só ocorrerá após a conclusão do processo. “Os indiciados poderão exercer o direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório”, informa.

No Saresp de 2011, todos os 27 alunos da escola tiraram 10 em matemática – fato raro e único na rede – e a média da turma em português foi 9,1. O desempenho garantiu à escola nota 9,3, a maior entre todas as unidades da rede estadual de São Paulo. A média do Estado de São Paulo para a série foi 4,24 e das escolas de Sorocaba, 4,61. O resultado também significou bônus de 2,9 salários aos profissionais da escola – o máximo possível.

Apesar dos dados fora do padrão, o caso não chamou atenção da Secretaria Estadual de Educação até que a reportagem fosse ao local. No dia 30 de março uma listagem com as notas do Saresp foi divulgada sem ressalvas.

Em 2 de abril, o iG visitou a instituição e pais e alunos relataram que uma professora ajudou os estudantes que não sabiam responder algumas perguntas. Ainda assim, na primeira nota oficial sobre o caso, a Secretaria de Educação, informou que a denúncia não procedia, pois de acordo com seus registros, professores de outras escolas aplicaram o Saresp na Reverendo Augusto da Silva Dourado.

Após a publicação da matéria, a comissão foi instaurada no dia 4. Nova reportagem do iG em 11 de abril mostrou que professores que receberam os alunos em 2012 avaliaram seus desempenhos como incompatíveis com a nota obtida. Enquanto isso, pais comentaram que havia a ameaça de fechamento da escola se os boatos fossem confirmados. A Secretaria de Educação enviou texto em que chamou de "má fé" a veiculação destes fatos.

Na nota desta quarta-feira, a secretaria diz que “O Saresp é uma avaliação externa em larga escala da Educação Básica, aplicada anualmente desde 1996 pela Secretaria da Educação. Sua finalidade é produzir diagnósticos frequentes e comparáveis da situação da escolaridade básica na rede pública de ensino paulista, visando a orientar os gestores do ensino no monitoramento das políticas voltadas para a melhoria da qualidade educacional”. A pontuação obtida pelos alunos, no entanto, passou a ser utilizada como critério para o pagamento de bônus aos funcionários da escola – que pode variar de zero a 2,9 salários em função da nota obtida em composição com índices de repetência e evasão.

A secretaria defende ainda a segurança da prova: “Todo o processo da avaliação — coleta, sistematização de dados e produção de informações — é executado a partir de procedimentos metodológicos formais e científicos internacionalmente reconhecidos. Para garantir a idoneidade do Saresp, as provas do 5º ano são aplicadas por professores de outras turmas ou escolas. O sistema é composto por 26 modelos de provas diferentes em cada disciplina. Na fiscalização, participam não somente funcionários, mas também pais voluntários, que circulam pela unidade de ensino”, diz a nota.

A fiscal da Vunesp (empresa responsável pela elaboração e aplicação do exame) contratada para esta escola, no entanto, disse ao iG que não ficou na sala durante a aplicação do teste. Segundo ela, o treinamento dos fiscais determina que eles não devem permanecer em sala de aula, e devem fazer apenas duas visitas durante a prova.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Secretaria de Educação diz que 40% das aulas serão digitais

O projeto abrangerá alunos da rede pública dos ensinos fundamental e médio

05 de abril de 2012 | Estadão .edu

Pelo menos 40% das aulas no ciclo 2 do ensino fundamental e no ensino médio terão atividades digitais nas escolas da rede estadual de ensino de São Paulo. Segundo a Secretaria de Educação, os professores deverão seguir o currículo, mas poderão utilizar outros materiais didáticos e ferramentas que acharem necessários.

A pasta anunciou na quarta-feira, 4, o chamamento público para a realização de estudos técnicos que vão subsidiar o projeto Aula Interativa. A iniciativa, que tem investimento estimado em R$ 5,5 bilhões, visa a melhorar as condições de ensino e aprendizagem por meio do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação em sala de aula, integrando conteúdos digitais interativos, formação de docentes e equipamentos.

O resultado dos estudos ajudará a elaboração do edital de licitação do projeto, que será desenvolvido no modelo de parceria público-privada em um prazo de dez anos. O valor final da PPP será definido na licitação, última etapa do processo.

Segundo a secretaria, o investimento envolve desenvolvimento de conteúdos digitais interativos específicos para uso por professores e por alunos; formação de docentes; sistemas de gestão; e compra, instalação, manutenção e atualização tecnológica de equipamentos, como lousas digitais, projetores interativos, dispositivos móveis para uso pelos estudantes, rede sem fio, servidores e ferramentas de suporte.

O projeto da gestão Geraldo Alckmin recebeu críticas do sindicato dos professores da rede estadual (Apeoesp), que vê como "invasivo" o fato de a companhia escolhida em licitação ser responsável pela elaboração do conteúdo. Segundo a secretaria, porém, o conteúdo digital não vai se sobrepor ao trabalho que cabe ao professor. "O foco principal do projeto é a formação dos docentes", afirmou a pasta, em nota.

"A crítica da Apeoesp é descabida, pois os conteúdos serão desenvolvidos com fundamento nas diretrizes estabelecidas pela Secretaria da Educação, com base no currículo oficial do Estado. Todo o desenvolvimento dos conteúdos será coordenado pela pasta, à qual caberá a aprovação dos produtos finais", finaliza o texto.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Professor aviltado

Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)

Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos.

Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.

Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.

Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.

Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''.

Fica cristalina a visão de que, neste país:

Ø NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES

Ø NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO

Ø AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM

Alguns exemplos atuais:

· Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela “Academia Brasileira de Letras"...

· Tiririca: R$ 36.000,00 por mês. Membro da “Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...

TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE: CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.

Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um “ACT” ou um professor iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado? Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história: Os professores ganham pouco, porque “só servem para nos ensinar coisas inúteis” como: ler, escrever, pensar,formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....

SUGESTÃO: Mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:

Ø Educação Física: Futebol;

Ø Música: Sertaneja, Pagode, Axé;

Ø História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother; Evolução do Pensamento

das "Celebridades"

Ø História da Arte: De Carla Perez a Faustão;

Ø Matemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;

Ø Cálculo: Percentual de Comissões e Propinas;

Ø Português e Literatura: ?... Para quê ?...

Ø Biologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.

Está bom assim? ... eu quero mais!...

ESSE É O NOSSO BRASIL ...

Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)

Ø BOPE - R$ 2.260,00....................... para ........ Arriscar a vida;

Ø Bombeiro - R$ 960,00.....................para ........ Salvar vidas;

Ø Professor - R$ 728,00.....................para ........ Preparar para a vida;

Ø Médico - R$ 1.260,00......................para ........ Manter a vida;

E o Deputado Federal?.....R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc., para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus “bajuladores” apaniguados naquela manobrinha conhecida do “por fora vazenildo”!).

IMPORTANTE:

Faça parte dessa “corrente patriótica” um instrumento de conscientização e de sensibilização dos nossos representantes eleitos para as Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais e Congresso Nacional e, principalmente, para despertar desse “sono egoísta” as autoridades que governam este nosso maravilhoso país, pois eles estão inertes, confortavelmente sentados em suas “fofas” poltronas, de seus luxuosos gabinetes climatizados, nem aí para esse povo brasileiro. Acorda Brasília, acorda Brasil !...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tédio e quinze minutos de fama

Andy Warhol e Pelé em Nova York nos anos 70: celebridades não tão efêmeras

O fenômeno Luiza no Canadá nos dá uma pequena noção do que é o mundo que estamos vivendo e como vai ser nos próximos trinta anos. Luiza tornou-se uma celebridade instantânea, em função de um comercial regional da TV, confirmando a profecia do artista plástico Andy Warhol de que no futuro todos seríamos famosos por quinze minutos. A visão profética de Warhol aconteceu no final dos anos 60 e até hoje é sempre lembrada quando coisas assim aparecem nos meios de comunicação. Como acontece também com o BBB, as massas se deliciam, pois têm a sensação artificial de que estão fazendo parte dessa coisa; os artistas dão risadas, os intelectuais se irritam, os desinformados ficam abobados e completamente perdidos nas conversas; e assim o factóide rapidamente vai se espalhando como uma praga informacional.

Esse é o nosso mundo, realidade intensamente vivida por pessoas de todas as idades nas redes sociais da internet. Não vale a pena se irritar, espernear, xingar nem fazer discursos suspeitos de apologia da inteligência. Isso só vai demonstrar a nossa insegurança e incapacidade de lidar com o fenômeno; e de quebra vamos ser chamados pejorativamente de “dinossauros da Era do Texto Plano”, de uma época em que gastar papel e tinta era sinônimo de superioridade mental. As coisas não são mais como eram e vão piorar para quem ficar de boca aberta esperando trem bala passar. Muitos de nós, da Era Industrial do século passado, podemos nos pós-modernizar e nos adaptar à uma boa parte dessas mudanças. Isso não significa ficarmos “ultra moderninhos” e , da noite para o dia tentar fazer tudo aquilo que as gerações y e z estão fazendo com os pés nas costas.

Voltando ao assunto, agora Luiza está no Brasil e tenta prolongar o prazer da fama por mais quinze minutos, metaforicamente falando. Se conseguir, será uma proeza, pois tudo indica que cairá no ostracismo assim que surgirem outros fenômenos para combater o tédio social e a falta de perspectiva que todos estão vivendo. Se isso persistir, vai acontecer outra coisa interessante e que já ocorreu em outras épocas: vamos voltar ao passado, numa nova onda de nostalgia, para suprir essa insuportável convivência com o presente e a incapacidade de visualizar o futuro.

Que época antiga iremos cultivar? Os anos 80 e 90? Ou vamos voltar ao século 19, quando toda essa crise começou, enchendo as morgues de desencantados e suicidas?

Outra solução naquele tempo foram as guerras, cuja moda avançou no século 20, sacudindo com cem milhões de mortos o mundo tomado pela mesmice dos sistemas.

Uma dúvida cruel como essa só tem um remédio: ler um bom livro, nem que seja esse sobre o Steve Jobs.

Prof. Dalmo

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Professor descobre R$ 17 bilhões em sua conta bancária

Parijat Saha, que encontrou bilhões a mais em sua conta bancária

BBC Brasil | 19/01/2012

Um professor indiano se surpreendeu ao checar seu extrato bancário na internet e descobrir o equivalente a mais de R$ 17 bilhões em sua conta.

Como esperava que seu saldo fosse de cerca de R$ 350, Parijat Saha não conseguiu acreditar no valor mostrado na tela.

Um extrato retirado de um caixa eletrônico comprovou que o professor estava mesmo bilionário.

"Liguei para um amigo que trabalha no banco e brinquei: 'talvez esteja sobrando dinheiro no seu banco, por isso o seu sistema está depositando um valor tão alto na minha conta'", disse Saha à BBC.

Fontes no banco dizem, no entanto, que os bilhões estavam bloqueados e que Saha não teria conseguido sacar o dinheiro, se tivesse tentado.

Orçamento

O salário mensal de Saha como professor escolar no Estado de Bengala Ocidental é de 35 mil rúpias (R$ 1,2 mil), mas seu saldo de R$ 17 bilhões está mais próximo do orçamento anual de educação da Índia, que é de R$ 20 bilhões.

Mesmo após ser avisado sobre o ocorrido, o Banco Estatal da Índia (State Bank of India, SBI) se recusou a explicar o que aconteceu. As sedes do SBI em Calcutá e Mumbai foram alertadas e fontes no banco dizem que funcionários estão tentando descobrir os detalhes do engano.

"Apesar de eu ter conseguido retirar meu dinheiro, a conta ainda tem bilhões como valor bloqueado. Não sei por quanto tempo vou ter esse valor astronômico no meu extrato", disse o professor.


sábado, 7 de janeiro de 2012

Petrobrás procura jovens

Áreas petrolífera e naval oferecem bons empregos para jovens que ainda não definiram os rumos da carreira (Foto: MARCOS DE PAULA/AE)


Estadão -6 de janeiro de 2012 - SUZANE G. FRUTUOSO e GISELE TAMAMAR

O setor de petróleo e gás está atrás de estudantes que cursam o último ano do ensino fundamental e dos níveis médio e técnico e que ainda não definiram a profissão. A ideia é qualificar o quanto antes a mão de obra para um segmento da economia carente, porém estratégico. A expectativa é de que até 2015 devam surgir mais de 50 mil vagas por ano no Brasil para técnicos nessas áreas. Quem está em começo de carreira hoje chega a ganhar R$ 2.615,86, valor referente à remuneração básica desses profissionais na Petrobrás. Atualmente a estatal petrolífera não tem nenhum concurso com inscrições abertas. Mas a estimativa da empresa é admitir 17 mil novos empregados até 2015, com a realização de dois processos seletivos por ano para cargos de níveis técnico e superior. Para despertar o interesse dos estudantes, a Petrobrás incrementou o programa Profissões de Futuro, com a criação de um site (www.profissoesdefuturo.com.br), onde é possível acessar informações sobre o cenário da indústria de energia e do mercado de nível técnico, além de conhecer as profissões relacionadas. Clique na imagem da plataforma e acesse. O gerente-geral da Universidade Petrobrás e responsável pelo programa, Ricardo Salomão, diz que a área mais acessada na página eletrônica é o Mapa de Cursos, onde o aluno conhece os cursos técnicos com uma breve descrição, carga horária, profissões relacionadas e onde estudar. O site foi lançado em dezembro e já contabiliza cerca de 25 mil acessos. “Com a perspectiva de crescimento nos segmentos de petróleo, gás e energia, construção civil e infraestrutura, a demanda por técnicos de nível médio é crescente. Para termos uma ideia, na Petrobrás controladora, somos cerca de 60 mil empregados próprios sendo dois terços deste efetivo posicionado em carreiras técnicas de nível médio. Esta proporção se repete e até aumenta pelas empresas destes segmentos no País”, afirma Salomão.

Caminho certo


Quem apostar no setor de energia está no caminho certo, na opinião do vice-presidente de operações da consultoria DBM Brasil e América Latina, José Augusto Figueiredo. O setor de energia em geral, desde a elétrica até petróleo passando por energias alternativas, é um campo promissor no Brasil. O profissional deverá olhar a energia de forma sustentável”, afirma o especialista. Trabalhar no setor de petróleo e gás sempre será promissor. Tem técnico sênior que ganha mais que um profissional que fez curso superior, por exemplo”, afirma Fernando Monteiro da Costa, diretor de operações da consultoria de RH Human Brasil. Além disso, ele aponta que trabalhar na Petrobrás, por exemplo, garante estabilidade e um pacote de benefícios. No setor naval, Costa diz que faltam profissionais qualificados e interessados em trabalhar em alto mar. “O brasileiro, de forma geral, quando se forma na área naval, tem preferência em trabalhos fixos, mas as melhores oportunidades estão em alto mar, nas plataformas de petróleo. Isso abre oportunidades para estrangeiros. O setor é fértil de oportunidades, desde que o brasileiro tenha uma mudança de mentalidade e esteja disposto a trabalhar em alto mar.” O site Profissões de Futuro relaciona ainda outras funções que devem se destacar nos próximos anos, como técnico de operação, técnico de exploração de petróleo, técnico químico e técnico de automação industrial. Para começar a exercer as funções, basta diploma em cursos técnicos.


Segundo Salomão, a formação demora três anos se o curso for feito com o ensino médio ou em 1,2 mil horas (aproximadamente 18 meses) na modalidade após o ensino médio. “As pessoas que já terminaram o ensino médio e não têm uma profissão definida podem fazer uma habilitação técnica de qualidade, num período razoável de tempo, ficando prontas para ingressar no mercado e aproveitar esta onda positiva.”

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

domingo, 27 de novembro de 2011

sábado, 22 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Diretora do Pinho aposenta-se após 30 anos de serviços na educação

A professora Oneide Ferraz Alves, ao centro, durante um evento no litoral sul


A professopra Oneide Ferraz Alves, diretora efetiva da E.E. Margarida Pinho Rodrigues, aposentou-se após 30 anos de serviços prestados à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Educadora e ativista política de vocação, Oneide ingressou no magistério na sua região de origem – o Vale do Paraíba - e na década de 1980 mudou-se para a Baixada Santista onde exerceu os cargos de professora, diretora, supervisora e dirigente regional de ensino. Nessa última função – durante os governos de Mário Covas e Geraldo Alkmin – ela permaneceu mais de dez anos em exercício. Após deixar a DRE de São Vicente a professora Oneide voltou a gerir a EE. Margarida Pinho, período no qual ingressou no programa de pós-graduação da Universidade Metodista de São Paulo tornando-se Mestre em Educação. Com grande experiência em gestão educacional, ocupou o cargo de vice-presidente da AGEM-Agência Metropolitana da Baixada Santista e compunha o grupo de liderança regional do PSDB. Foi também secretária municipal de educação no município de Peruibe.


Em nome dos funcionários da escola e educadores que durante todos esses anos trabalharam com a professora Oneide, desejamos que desfrute com alegria a sua justa e merecida aposentadoria. Com ela aprendemos, compartilhamos e guardamos a paixão pelo ensino, o senso de justiça e profissionalismo. Aprendemos principalmente o valor da sensibilidade diante das características e necessidades do ser humano.


Parabéns, professora Oneide!


Dos seus amigos e admiradores de sempre.

domingo, 18 de setembro de 2011

CVV faz filme para resgatar a convivência

O CVV- Centro de Valorização da Vida está divulgando pela internet filme para resgatar o valor da convivência . Trata-se de um pequeno filme de dois minutos criado pela agência publicitária Leo Burnett explicando a importância desse valor na experiência humana.

O CVV foi criado para reduzir os efeitos nocivos da solidão e do isolamento social, uma das facetas mais negativas da urbanização e da sociedade de massas no século XX. Agora, com as recentes inovações tecnológicas, a preocupação dessa ONG volta-se para a humanização das redes sociais, criando a possibilidade de ofertar apoio emocional para as pessoas que continuam se sentindo solitárias nesse novo universo digital.


A convivência resume os princípios e práticas da doação de amizade adotadas como proposta de vida pelos voluntários. “Se observarmos bem, a sigla CVV está inserida na palavra convivência e isso diz muito sobre nós”, explica um voluntário.

CVV

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Amy Winehouse morreu.


Morreu de que ? Ninguém fala, ninguém quer falar só porque talvez tenha sido por suicídio, seja imediato ou lento, mas suicídio. É difícil aceitar o fato, mas foi assim que aconteceu também com Jim Morrison, Jimmy Hendrix, Janis Joplin e tantos outros, incluindo muitos artistas brasileiros. Os não famosos e anônimos estão aí também, todos os dias, aos milhares.



Suicídio é um assunto incômodo e vergonhoso nas sociedades que vivem de aparência. Ninguém gosta de ver reveladas as verdades íntimas e que podem fazer cair as máscaras que sustentam essas vidas duplas e atormentadas. Mesmo as religiões tradicionais são ambientes de preconceito e tratamento absurdo desse assunto grave que vem destruindo sistematicamente destinos e plano evolutivos.



O Reverendo anglicano Chad Varah, criador dos serviços de prevenção do suicídio na Inglaterra, contava em seus relatos que o que mais chocou na sua experiência inicial não foi o suicídio da menina de 14 anos por ignorância e falta de orientação sexual, mas o preconceito contra suicidas. Ele mesmo teve que enterrar o corpo da criança fora dos limites da cidade porque os suicidas eram considerados malditos pela cultura religiosa popular. A própria comunidade que ele atendia viu com maus olhos essa sua atitude de dar apoio moral para família da vítima. Outra experiência muito curiosa e difícil dos Samaritanos foi quando a filha de Winston Churchil , Diane, cometeu suicídio. Ela havia pedido ajuda aos Samaritanos e era voluntária da instituição. A imprensa marrom britânica, generosa como sempre, tratou o assunto como escândalo, com a intenção de prejudicar esse grupo, acusando seus membros de ineficiência e apenas sentimentalismo. Para a decepção dos denunciantes, depois desse “escândalo”, a instituição duplicou seu prestígio e passou a ser solicitada em outras regiões do mundo, inclusive no Brasil.


Não estamos aqui fazendo a apologia do suicídio, nem da imprensa marrom. Muito pelo contrário, nossa intenção é alertar para uma grave questão que está tirando muitas vidas e comprometendo o futuro de milhares de jovens no mundo inteiro. No Brasil as estatísticas são assustadoras a ponto da Organização Mundial de Saúde recomendar ao governo um plano estratégico de prevenção do suicídio. Médicos , jornalistas e educadores já estão recebendo manuais ensinando como lidar corretamente com o problema, sem medo e preconceito. Estamos afirmando que esse problema pode e deve ser enfrentado com a coragem e disponibilidade de oferecer ajuda a quem precisa.




A morte de Amy Winehouse, direta ou indiretamente, vai repercutir de forma negativa na mente de muitos jovens que a enxergavam como um modelo de atitude livre e auto-suficiente. Isso é preocupante. Poucos admitem que o que está em jogo é a fraqueza humana e incapacidade de lidar com problemas emocionais.



Não é somente triste. É trágico.


Dalmo Duque do Santos

terça-feira, 19 de julho de 2011

quinta-feira, 14 de julho de 2011

“Nós educamos os filhos para que eles usem drogas”


Em entrevista, o psiquiatra Içami Tiba redefine os papéis de pais e de educadores e alerta para os perigos da “cultura do prazer”



Camila de Lira, iG São Paulo 14/07/2011

Uma pergunta que nunca sai – ou ao menos nunca deveria sair – da cabeça de pais e professores é “como educar as crianças de verdade?”

Içami Tiba: "os pais devem exigir que seus filhos façam o que é necessário"

Com 43 anos de experiência em consultório, Içami alerta os pais para os perigos da cultura do prazer. “Nós educamos os filhos para que eles usem drogas”, comenta, avaliando a atitude de pais que oferecem tudo sem exigir responsabilidade em troca. Para ele, a família é a principal responsável pela formação dos valores e não deve jogar esse papel para a escola. Mas as escolas, por terem um programa educacional organizado, podem guiar os pais. Leia a entrevista com o autor.

iG: Qual a responsabilidade dos pais e qual a dos educadores na educação das crianças?

Içami Tiba: A família continua sendo a principal responsável pela educação de valores, mas é importante que haja uma parceria na educação pedagógica. As crianças viraram batatas quentes: os pais as jogam na mão dos professores, os professores devolvem. Pais precisam ser parceiros dos professores. Quem tem que liderar a parceria, no começo, é a escola, pois tem um programa mais organizado. Com a parceria, ambos ficam fortes. Os pais ficam mais fortes quando orientados pela escola.

iG: O que é mais importante na educação de uma criança?

Içami Tiba: É exigir que ela faça o que é necessário. Os pais dão tudo e depois castigam os filhos porque estes fazem coisas erradas. Mas não é culpa dos filhos. Afinal, eles não querem estudar porque estudar é uma coisa chata, mas alguma vez ele fez algo que é chato em casa? No final, a criança estica na escola aquilo que aprendeu em casa. A educação é um projeto de formar uma pessoa com independência financeira, autonomia comportamental e responsabilidade social.


iG: Como os pais podem educar bem seus filhos? Qual o segredo?

Içami Tiba: Um pai de verdade é aquele que aplica em casa a cidadania familiar. Ou seja, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. Os pais devem começar a fazer em casa o que se faz fora dela. E, para aprender, as crianças precisam fazer, não adianta só ouvir. Elas estão cansadas de ouvir. Muitas vezes nem prestam atenção na hora da bronca, não há educação nesse momento. É preciso impor a obrigação de que o filho faça, isso cria a noção de que ele tem que participar da vida comunitária chamada família.

iG: No livro, o senhor comenta que uma das frases mais prejudiciais para se falar para um adolescente é o “faça o que te dá prazer”. Por quê?

Içami Tiba: O problema é que essa frase passa apenas o critério de prazer e não o de responsabilidade. Nós queremos que nossos filhos tenham prazer sem responsabilidade. Por isso eles são irresponsáveis na busca deste prazer. E o que é uma droga, senão uma maneira fácil de se ganhar prazer? A pessoa não precisa fazer nada, apenas ingeri-la. Nós educamos os filhos para que eles usem drogas. Se ele tiver que preservar a saúde dele, pensa duas vezes.

iG: Por que você acha que alguns pais não ensinam os filhos a ter responsabilidade?

Içami Tiba: Não ensinam porque não aprenderam. Estes pais querem ser amigos dos filhos e isso não faz sentido. Provedor não é amigo.

iG: Por que o pai não pode ser só amigo ou só provedor?

Içami Tiba: Não pode ser amigo porque pai não é uma função que se escolhe, e amigos você pode escolher. O filho é filho do pai e tem que honrar os compromissos estabelecidos com ele. Um filho não pode trocar de pai assim como troca de amigo, por exemplo. Por outro lado, o pai que é unicamente provedor, como eram os de antigamente, também não dá uma educação saudável ao filho, afinal ele apenas dá e não cobra. Pai não pode dar tudo e não controlar a vida do filho. Quando digo controle, quero dizer que o pai deve fazer com que o filho corresponda às expectativas, que o filho faça o que precisa ser feito. Um filho não pode deixar de escovar os dentes ou de estudar e o pai não pode deixar isso passar.

iG: Como a meritocracia pode ajudar na criação?

Içami Tiba: O mundo é meritocrata, os pais se esqueceram disso. Ganha-se destaque por alguma coisa que a pessoa fez; se não mereceu, logo o destaque se perde. Dar a mesma coisa para o filho que acertou e para o que errou não é bom para nenhum dos dois. É preciso ser justo. Os pais precisam aprender a educar, não dá para continuar achando que apenas porque são bonzinhos vão ser bons pais. Não adianta muito um cirurgião apenas amar seu paciente; para fazer uma boa cirurgia é preciso ter técnica. É a mesma coisa com os pais.

iG: Amor e educação combinam com disciplina?

Içami Tiba: Disciplina é a coisa que mais combina com a educação. É uma competência que você desenvolve para atingir o objetivo que quer. Se você ama alguém, tem que ter disciplina. Os pais precisam fazer com que os filhos entendam que eles têm que cumprir sua parte para usufruir o amor. Os pais precisam exigir.

iG: Como exigir sem agressividade?

Içami Tiba: O exigir é muito mais acompanhar os limites, aquilo que o filho é capaz de fazer. Não dá para exigir que ele vá pendurar roupas no armário se ele não pode arrumar uma gaveta. Por outro lado, os pais não podem fazer pelos filhos o que eles são capazes de fazer sozinhos. A partir daí, quando se cria uma segurança, a exigência começa a fazer parte da convivência. Essa exigência é boa. O pai não pode sustentar e não receber um retorno. É como se ele comprasse uma mercadoria e não a recebesse.

iG: No livro, o senhor diz que todos somos educadores. Como podemos nos portar para educar direito as outras pessoas?

Içami Tiba: Você quer educar? Seja educado. E ser educado não é falar “licença” e “obrigado”. Ser educado é ser ético, progressivo, competente e feliz.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Localização da escola influencia desempenho do aluno, revela pesquisa


Marcio Fernandes/AEPerspectiva. Para os jovens da ONG Vento em Popa, do Grajaú, a escola precisa mudar para ser mais atraente para os alunos


Mariana Mandelli - Estadão, 12 de julho de 2011

Alunos com o mesmo perfil sociocultural têm desempenhos diferentes de acordo com o índice de vulnerabilidade social do local onde fica a escola em que estudam. A conclusão é da pesquisa Educação em Territórios de Alta Vulnerabilidade Social na Metrópole, que avaliou o impacto da localização do colégio na educação.




Em unidades localizadas em áreas altamente vulneráveis, cerca de 50% dos alunos com baixos recursos culturais familiares (bens culturais disponíveis em casa, como TV, DVD, internet e livros, aferidos pelo questionário socioeconômico da Prova Brasil, e escolaridade da mãe ou mulher responsável pelo estudante) têm desempenho abaixo do básico e apenas 10% deles apresentam desempenho adequado. Já nos colégios de entorno não vulnerável, 38% dos alunos com esse mesmo perfil estão abaixo do básico. A melhora também aparece no aumento de taxa de estudantes com aprendizado adequado e avançado: 24%.




A pesquisa conclui que escolas em territórios de maior vulnerabilidade social têm Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mais baixo que as de entorno menos vulnerável. Os dados também apontam que alunos com mais recursos culturais apresentam notas mais baixas quando estão matriculados em escolas que ficam em territórios de alta vulnerabilidade social. "Quando mostramos o impacto que o entorno da escola tem na vida do aluno de baixo nível sociocultural, percebemos que ele é, sim, capaz de aprender", explica Mauricio Érnica, coordenador do estudo.




A pesquisa é de Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Fundação Tide Setubal, Fundação Itaú Social e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 61 escolas públicas de ensino fundamental da subprefeitura de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Também foram usadas as notas da 4.ª série do ensino fundamental na Prova Brasil de Língua Portuguesa de 2007 e o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social




Políticas.




A relação entre aprendizado e território se deve a diversos fatores, como o isolamento da escola, a baixa oferta de matrícula na educação infantil e o nível sociocultural homogêneo dos alunos da região. "Por essas e outras razões, programas públicos tendem a não ter efeito em áreas que demandam políticas sensíveis às desigualdades", diz Antonio Batista, coordenador de desenvolvimento de pesquisas do Cenpec. Ele também destaca que as escolas criam uma relação de interdependência: as unidades localizadas em áreas de vulnerabilidade social média e baixa atraem profissionais mais qualificados e estudantes com melhores recursos culturais familiares. Assim, elas acabam pressionando quem não se adequa a trocar de escola. "Pais que moram em regiões mais vulneráveis evitam certas escolas", diz Batista.




A pesquisa aponta aspectos a serem considerados na formulação de políticas públicas para os territórios vulneráveis. "Temos de pensar em políticas específicas, articuladas com serviços além da educação; romper o isolamento das escolas, criando mecanismos de colaboração entre elas; e organizar as unidades para atenderem as necessidades de seu público real, não ideal", diz Anna Helena Altenfelder, superintendente do Cenpec.




Mozart Neves Ramos, do Movimento Todos Pela Educação, concorda. "Temos um problema multifacetado, que exige a articulação dos governos", diz. Jovens que estudam em regiões vulneráveis confirmam os problemas apresentados pelo estudo. "Quando mudei para uma escola mais distante daqui, percebi que lá tem mais professores e menos aulas vagas", conta Alex de Araújo, de 16 anos, morador do Grajaú, região sul de São Paulo.

domingo, 5 de junho de 2011

Angelina Jolie proíbe filhos de irem ao colégio



Apesar de serem conhecidos como pais perfeitos, Angelina Jolie e Brad Pitt têm proibido seus filhos de frequentarem aulas em colégio. Isso porque a atriz acha o sistema educativo muito ruim. O casal prefere que os seis filhos tenham aulas em casa com professores particulares especializados.

"Eu acho que vivemos em uma era diferente e o sistema de ensino não acompanhou nossos filhos e nosso modo de vida", explicou Angelina ao jornal “The Independent”.
A estrela afirmou que as viagens realizadas pela família não atrapalham o aprendizado dos filhos. "Nós viajamos e eu sou a primeira pessoa a dizer: ‘Façam o trabalho escolar o mais rapidamente possível porque vamos sair'. Em vez de palhaçada na sala de aula, prefiro levá-los a um museu e aprender a tocar violão, ler e escolher um livro", revelou Jolie.

OPINIÃO DO BLOG

Este é a constatação de que a sala de aula acabou e que as escolas não têm muito a oferecer aos alunos na Era do Conhecimento. O que existe hoje nas escolas é algo que deixa muito a desejar também quanto à socialização ou escolarização social. Eles vão à escola como se estivessem indo ao shopping ou à praia, locais em que os estudos certamente não estão em primeiro plano. Querem conversar, namorar, usar drogas, brigar, enfim, tudo, menos estudar. Pouco atraentes e completamente desatualizadas, as escolas insistem no ensino quantitativo de informações obsoletas e que não interessam à jovens que não dão valor à uma cultura ou formatos culturais que não são do seu tempo. Daí o desinteresse e os conflitos. Os poucos que se interessam pela cultura tradicional se tornam marginalizados e deslocados da maioria. As redes sociais digitais são substitutos perfeito para essa crise. Alunos não precisam estar nas escolas todos os dias e o dia todo. O ensino à distância e os programas alternativos e temáticos devem romper a rigidez das séries, dos calendários legais da péssima gestão estatal dos sistemas de ensino, que também influem nas redes particulares. Ninguém que perder tempo com formalidades que não ensinam nada de útil, pelo contrário, emburrecem as poucas inteligências que sobraram nesse universo massivo que vai ser brevemente destruídos pelas novas tecnologias de comunicação. O futuro já chegou e ainda estamos presos e afundados no século XX. Libertemo-nos!

PS.

Angeli Jolie segue uma antiga a tradição americana de não acreditar que instituições podem substituir a socialização familiar. Essa tradição surgiu numa época em que a maioria dos americanos não tinha dinheiro para educar seus filhos em escolas privadas e também não dispunham de escolas públicas de qualidade. O pai de Angelina, o ator John Voight, também ficou conhecido por sua atuação no filme Conrack, sobre um professor branco que resolveu assumir a educação de uma classe de alunos negros e pobres no Estado racista do Mississipi nos anos 1960 ensinando a eles as melhores tradições culturais americanas.

sábado, 28 de maio de 2011

Sala de aula brasileira é mais indisciplinada que a média, diz estudo


Mais de 30% dos alunos dizem que professor 'têm de esperar um longo período até que a classe se acalme'

25 de maio de 2011 -BBC Brasil

As salas de aula brasileiras são mais indisciplinadas do que a média de outros países avaliados em um estudo do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, na sigla em inglês).

O estudo, feito com dados de 2009 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta que, no Brasil, 67% dos alunos entrevistados disseram que seus professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar um longo período até que a classe se acalme para dar prosseguimento à aula.

Entre os 66 países participantes da pesquisa, em média 72% dos alunos dizem que os professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar que a classe se discipline.
Os países asiáticos são os mais bem colocados no estudo: no Japão, no Cazaquistão, em Xangai (China) e em Hong Kong, entre 93% e 89% dos alunos disseram que as classes costumam ser disciplinadas.

Finlândia, Grécia e Argentina são os países onde, segundo percepção dos alunos, os professores têm de esperar com mais frequência para que os alunos se acalmem.
O estudo foi feito com alunos na faixa dos 15 anos.
Menos distúrbios.

O estudo identificou que os distúrbios em sala de aula estão, em média, menores do que eram na pesquisa anterior, feita no ano 2000.

"A disciplina nas escolas não deteriorou – na verdade, melhorou na maioria dos países", diz o texto da pesquisa. "Em média, a porcentagem de estudantes que relataram que seus professores não têm de esperar muito tempo até que eles se acalmem aumentou em seis pontos percentuais."

Segundo o estudo, a bagunça em sala de aula tem efeito direto sobre o rendimento dos estudantes.

"Salas de aula e escolas com mais problemas de disciplina levam a menos aprendizado, já que os professores têm de gastar mais tempo criando um ambiente ordeiro antes que os ensinamentos possam começar", afirma o relatório da OCDE.

"Estudantes que relatam que suas aulas são constantemente interrompidas têm performance pior do que estudantes que relatam que suas aulas têm menos interrupções."

A criação desse ambiente positivo em sala de aula tem a ver, segundo a OCDE, com uma "relação positiva entre alunos e professores". Se os alunos sentem que são "levados a sério" por seus mestres, eles tendem a aprender mais e a ter uma conduta melhor, conclui o relatório.

No caso do Brasil, porém, a pesquisa mostra que os estudantes contam menos com seus professores do que há dez anos.

"Relações positivas entre alunos e professores não são limitadas a que os professores escutem (seus pupilos). Na Alemanha, por exemplo, a proporção de estudantes que relatou que os professores lhe dariam ajuda extra caso necessário cresceu de 59% em 2000 a 71% em 2009", afirma o relatório. Já no Brasil essa proporção de estudantes caiu de 88% em 2000 para 78% em 2009.

Dilemas na Sala de Aula

O educador sabe o que é estar em uma sala de aula de ensino fundamental, com 30 ou 40 alunos conversando ao mesmo tempo, brigando, discutindo, agitados e sem levar muito a sério que a real intenção do professor ali à frente é educar. Quando isso acontece o professor busca uma maneira de controlar a sala de aula e conseguir a atenção dos alunos, vamos ver algumas possibilidades de lidar com estas situações:
Dar um grito bem alto e conseguir a atenção dos alunos com um susto nos próximos 2 minutos e depois voltar à estaca zero.

Fazer ameaças de dar zero na prova e consequentemente estabelecerá uma relação com seus alunos de poder e submissão, evidenciando que a prova só serve para mostrar quem tem mais poder.

Esperar a frente da sala calado e com cara de mal, que eles calem-se percebendo que tem um professor na sala, correndo o risco que eles nunca percebam e você continue ali praticamente ignorado.
Entrar com eles em uma disputa de poder até que eles percebam “quem manda no pedaço”. Ou até que você perceba que acabou de colocar em discussão uma questão que deveria ser inegociável, (a autoridade do professor em sala de aula).

Se você já fez tudo isso e já se conscientizou que nada disso funciona, parabéns, isso mostra que tem experiência profissional e que está amadurecendo em sua gestão de sala de aula. Vamos agora falar do que realmente funciona:

Se a sala gosta da bagunça, bagunce ainda mais do que eles , mas, lidere a bagunça. Prepare uma aula com jogos e desafios, divida a sala em times e permita que eles gritem, torçam e disputem o saber a ponto de aprender para vencer.

Descubra o líder da bagunça, aquele que geralmente é visto como “o aluno problema” e todos os professores preferem ignorar a presença dele em sala e CONQUISTE-O, traga-o para o seu lado e peça para ele controlar a sala e que você confia na capacidade de liderança dele para a realização da aula (delegue poder e autonomia).

Conquiste os seus alunos e diga a eles o quanto você acredita neles, quanto você espera se orgulhar deles. E espere o esforço que eles irão fazer para não te decepcionar.


Lembre-se: o objetivo da aula é o aprendizado, se ele não vier, tente novamente e faça uma aula diferente.

Ione lobo

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Escolaridade impulsiona os salários

83% dos assalariados em empresas não têm curso superior e isso acha os salários, diz IBGE


Diferença salarial é mais acentuada por escolaridade; em 2009, trabalhador com nível superior ganhava 225% mais

AE 25/05/2011 12:28

Os homens ainda são maioria no mercado de trabalho e possuem salário maior que o das mulheres, segundo o Cadastro Central de Empresas 2009 (Cempre), divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, ao contrário do que ocorria no passado, o gênero não é mais tão determinante para o sucesso profissional. O que impulsiona o salário atualmente é o nível de escolaridade. Embora os homens ganhassem 24,1% a mais do que as mulheres, segundo a média nacional, a escolaridade mostrou-se mais determinante para o nível salarial. Os trabalhadores que tinham curso superior ganhavam um salário 225% maior do que os que não concluíram a faculdade.

De um montante de 40,2 milhões de trabalhadores assalariados, 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5%) contra apenas 6,6 milhões de pessoas com curso superior (16,5%). No entanto, essa fatia de trabalhadores que concluíram a faculdade concentrou R$ 310,6 bilhões, ou 39,7% da massa salarial, enquanto os outros R$ 471,3 bilhões, ou 60,3%, foram distribuídos entre os trabalhadores com menor escolaridade.





O salário médio mensal, em 2009, foi de R$ 1.540,59 ou 3,3 salários mínimos. Os homens receberam, em média, R$ 1.682,07, ou 3,6 salários, enquanto as mulheres receberam R$ 1.346,16, ou 2,9 salários.

O levantamento foi conduzido com 4,8 milhões de empresas e organizações, que reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões (58,1%) eram homens e 33,6 milhões (83,5%) não tinham nível superior.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

''Não há profissões só para homens ou só para mulheres'

Pesquisadora aponta diferenças entre os cérebros masculino e feminino, mas afirma que dinamismo do sistema nervoso garante aptidão dos dois para qualquer atividade intelectual


Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo -27 de fevereiro de 2011


Homens e mulheres utilizam estratégias distintas para resolver os mesmos problemas, um reflexo das particularidades dos cérebros masculino e feminino. Mas, para a médica italiana Marina Bentivoglio, as diferenças não privilegiam nenhum dos sexos e apontam para uma verdadeira complementaridade. Professora da Universidade de Verona, Marina é uma das mais importantes neurocientistas em atividade.

Na semana passada, ela veio ao Brasil para a 5.ª Escola Latino-Americana de Epilepsia, em Guarulhos. O evento, promovido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), reuniu jovens médicos de diversos países latino-americanos e especialistas em neurociência e epilepsia de renome internacional. O encontro termina na terça-feira.

Quais as principais diferenças entre os cérebros feminino e masculino?

Há diferenças fisiológicas: a sensibilidade a determinados neurotransmissores, a distribuição de receptores, particularidades estruturais, o volume de sinapses... Mas o significado prático dessas diferenças ainda é motivo de controvérsia. Alguns fatos são evidentes. Na mulher, o cérebro prioriza funções relacionadas à maternidade e ao cuidado dos filhos, necessárias para a conservação da espécie. Mas, do ponto de vista da organização social, as diferenças nos cérebros de homens e mulheres são comparáveis às particularidades encontradas entre cérebros de pessoas do mesmo sexo. O cérebro feminino, por exemplo, é muito verbal, apto para a comunicação. Mas há homens que se comunicam bem e mulheres que não se comunicam tão bem. Natureza e sociedade exercem cada uma a sua influência.

Podemos diferenciar o que é construção social ou biologia na mente?

Não. É difícil diferenciar, pois o cérebro é dinâmico. A organização dos circuitos cerebrais influencia a experiência e a experiência modifica esses circuitos. Há um contínuo interagir entre natureza e educação, entre nossos circuitos cerebrais e a experiência concreta. Mesmo na velhice, nosso cérebro continua plástico, disposto a aprender, a se adaptar.

A monogamia, por exemplo, fundamenta-se na biologia ou na cultura?

Essa questão envolve também cultura, antropologia, sociologia... E eu não sou especialista nestas áreas. De qualquer forma, nós sabemos, por estudos com outros mamíferos, que o cérebro de um animal monógamo é diferente do cérebro de um promíscuo: há diferença na concentração e distribuição de determinadas substâncias. No caso dos humanos, convém lembrar dois dados. Nem todas as culturas humanas são monógamas: há culturas polígamas. Mas a monogamia tem sido privilegiada na nossa história evolutiva e na organização social. Mesmo assim, permanece aberta a questão: foi o cérebro que influenciou essa preferência ou foi essa preferência que influenciou a organização do cérebro? Sinceramente, não sei resposta. É provável que a regra da monogamia seja ditada pela experiência e a experiência molde o cérebro.

O cérebro feminino lida melhor com a linguagem e o masculino tem mais aptidão para processamento espacial. Mito ou realidade?

É o que aponta boa parte da literatura científica. Tais particularidades estão relacionadas ao processo de lateralização do cérebro (quando determinadas funções passam a ser controladas em larga medida por um dos hemisférios cerebrais - direito ou esquerdo). A lateralização aumenta a especialização para determinadas atividades. Acredita-se que o cérebro do homem é mais lateralizado. Mas, se é verdade que o cérebro da mulher é menos lateralizado, isso não significa que seja menos perfeito. Significa somente que é mais plástico. Provavelmente, na sua história evolutiva, as mulheres precisaram enfrentar e controlar um rol maior de situações no ambiente: coleta de alimentos, controle da prole... Um cérebro menos lateralizado - e, portanto, menos especializado - estaria pronto para um número maior de cenários.

E na resolução de problemas concretos? Há alguma diferença?

A opinião mais difundida é que em várias situações homens e mulheres utilizam estratégias diferentes para resolver problemas, embora essa não seja uma questão fechada. Poderíamos citar, como exemplo que confirma essa tese, as diferentes estratégias de aprendizado. Uma das coisas mais importantes para a nossa existência é o que conhecemos como mecanismo de recompensa: o prazer que o cérebro oferece quando realizamos atividades importantes para a manutenção da vida. E não tenho dúvidas de que esse mecanismo é diferente em homens e mulheres: ter um filho, por exemplo, oferece uma satisfação diferente para cada um. Mais uma vez, é difícil precisar qual é essa diferença - em parte cultural, em parte biológica. Mas a recompensa, por exemplo, que um menino e uma menina sentem por se comportarem bem é diferente. Do ponto de vista biológico, há diferença na distribuição dos receptores, na probabilidade de sinapses e em vários outros parâmetros do mecanismo de recompensa... Pequenas diferenças, mas importantes. E se a recompensa é diferente, as motivações e o desempenho também serão diferentes.

Há trabalhos em que as mulheres se sairiam necessariamente melhor do que os homens ou vice-versa?

Acredito que não. Naturalmente, nos trabalhos em que massa muscular é importante, os homens podem ter um desempenho melhor. Mas, do ponto de vista do cérebro, não creio que existam trabalhos mais adequados para homens ou mulheres. Convém lembrar que há uma grande variabilidade entre os indivíduos concretos. Nós somos 7 bilhões de pessoas no mundo. Não convém recorrer a categorias binárias. Você vai encontrar pessoas - homens e mulheres - com talento para algumas coisas e sem aptidão para outras. Mas não acredito que seja justificável uma separação dos trabalhos por gênero. Para qualquer um é uma questão de treino, de estímulo... Devemos procurar todos os dias novos estímulos: descobrir novos caminhos para voltar para casa, ler livros diferentes dos que estamos acostumados. Vale o princípio: use (o cérebro) para não perdê-lo. Sem dúvida, alguns contextos sociais podem fazer com que a mulher não se sinta estimulada a encarar desafios, diminuindo o seu desempenho intelectual. Mas isso também pode acontecer com homens. Não acredito que seja bom proteger esse ou aquele gênero. Sou mulher, mas gosto de trabalhar com homens. Por quê? Aprecio a diferença. É mais estimulante. Tenho homens e mulheres no meu laboratório. Acharia ruim se só houvesse mulheres. Quero diferentes abordagens para resolver os problemas. A natureza criou dois sexos e tenho certeza de que há uma ótima razão para isso.

Como o cérebro se adapta às mudanças no ambiente?

Mudar estruturas no cérebro leva milhões de anos. Por isso, as mudanças mais comuns são marginais: regulação de sinapses, interações entre neurônios e células não neuronais, etc... Ou seja, o hardware já está lá. Mas há algo como um software de modulação que atua de forma quase imediata para realizar a adaptação. Às vezes, em poucos minutos. Sua atuação depende do ambiente físico e cultural onde a pessoa está inserida. Por exemplo, uma mulher na savana e outra no norte da Europa têm diferentes prioridades e o cérebro se adapta a essas distintas prioridades. O hardware para os dois sexos é muito parecido. Mas alguns ajustes finos do software dependem das prioridades de cada indivíduo e tais prioridades dependem do gênero e do contexto social. Convém lembrar que os neurônios sempre atuam em conjunto. Nunca isolados. Se o estado de um neurônio muda, centenas ou milhares também mudam ao seu redor. Realmente funciona como um arranjo social. Essa modulação no estado dos neurônios ocorre a todo momento. Isso é, afinal, a essência da vida. O cérebro não é estático. Como a vida, ele se reorganiza sempre.

No mundo contemporâneo, o cérebro é submetido diariamente a uma avalanche de informações. O que você acha desse cenário?

Eu adoro. O problema não é a avalanche de informações, mas a seleção do mais importante. Realmente não sei se os jovens, hoje, conseguem diferenciar o lixo dos conhecimentos relevantes. O cérebro continua capaz de processar um volume imenso de informações. Mas precisamos decidir quais informações convêm processar. O pensamento crítico é mais importante do que nunca. Todo conteúdo que aprendi na escola está na internet misturado a muitas outras coisas. Você digita uma palavra no Google e aparecem milhões de bytes de informação. Como filtrá-la? Sou uma entusiasta do progresso. Mas ele traz consigo novos desafios.

Você também estuda o sono. Como a ciência vê o sono hoje?

No início da neurociência, os pesquisadores acreditavam que nosso cérebro permaneceria passivo durante o sono. Não é verdade. Ele trabalha muito. Cessa a comunicação com o ambiente externo, mas o ambiente interno continua ativo. É o momento em que se filtra e armazena o que aprendemos durante o dia. A expressão dos genes muda significativamente - cerca de 10% - durante o sono. E os genes mais utilizados no sono são justamente os relacionados à memória, ao aprendizado.