![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGbJcV1oIFhJ8dS48HyvtQGWoqGPGDFK7MdIK9H2bDvjprfxteXN58gwZiLXBFmkDForCU4BIxCBERjwwp8Deva6Qo8_nRCgP7CqMYtOrsGWhGDn5iJtXQvh5ZsEXTpZxeLUkeOn-k_gE4/s320/footprint-exp.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-KBxw36e_zE5C0_nNtdxybCRdpzMQ7d5SkO4tzcrlohFeUFcfEIUDZ5SdvWdmak_x6OCDZLgAPWb8YC9aVCgDSk1Fcp-HhqeNrJOQ2CgIjmcC6qqxuVsf7X7F4ZsRDqmj_E-sVC44VQNN/s320/trilha-ind.jpg)
Pegadas descobertas no Quênia sugerem que o Homo ergaster tinha um pé muito parecido com o do homem
SÃO PAULO - Antigas pegadas fossilizadas descobertas no Quênia mostram que alguns dos primeiros hominídeos já andavam com postura ereta e tinham pés anatomicamente modernos há 1,5 milhão de anos.
SÃO PAULO - Antigas pegadas fossilizadas descobertas no Quênia mostram que alguns dos primeiros hominídeos já andavam com postura ereta e tinham pés anatomicamente modernos há 1,5 milhão de anos.
Descrita na edição desta semana da revista científica Science, essa interpretação das pegadas é da equipe internacional do cientista John W.K. Harris, da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.
As pegadas foram descobertas em duas camadas sedimentares perto de Ileret, no norte do Quênia. Esse tipo de impressão, extremamente raro, oferece informações sobre os tecidos moles e outras estruturas do corpo que normalmente não são preservados no processo de fossilização. As pegadas de Ileret são a evidência mais antiga de uma anatomia de pé essencialmente humana.
O principal autor do artigo da Science, o britânico Matthew Bennett, da Universidade Bournemouth, digitalizou imagens das pegadas e comparou-as aos rastros deixados por homens modernos e outras espécies primitivas ligadas ao homem.
Comparação das pegadas de hominídeo de 3 milhões de anos, de Homo erectus, de uma das pegadas recém-descobertas e de um ser humano moderno.
O artigo descreve como a camada de sedimentos mais superior continha três trilhas de pegadas: duas com duas pegadas cada, uma com sete e diversas pegadas isoladas. Cinco metros abaixo, a outra superfície sedimentar apresentava uma trilha de duas pegadas e uma única pegada menor, isolada, provavelmente de uma criança.
Nessas amostras, o dedão é paralelo aos demais dedos, diferentemente do que ocorre nos macacos, onde o dedão é separado, em uma configuração de agarramento útil na locomoção em árvores. As pegadas mostram um arco alongado no pé e dedos curtos, tipicamente associados à postura bípede ereta.
Uma varredura a laser de uma das trilhas descobertas. As cores indicam a elevação do terreno, com os tons frios indicando depressões e os quentes, elevações.
Tamanho, espaçamento e profundidade das pegadas foram usados para estimar peso, passada e ritmo do caminhar. Todos esses parâmetros estavam dentro do que é possível encontrar entre humanos atuais.
Os autores do artigo atribuem as pegadas a exemplares de Homo ergaster, o primeiro hominídeo a ter as mesmas proporções físicas - pernas mais compridas e braços mais curtos - que o homem moderno.
Pegadas de hominídeos mais antigas, datando de 3,6 milhões de anos, já foram descobertas na África, em laetoli, na Tanzânia. Mas revelam uma anatomia mais semelhante á do macaco.
Palavras 'eu' e 'nós' eram usadas há 40 mil anos, diz estudo
Pesquisa britânica mostra termos mais comuns do inglês no passado e os que podem se extinguir no futuro
Cientistas da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha, acreditam que palavras como "I" e "we" ("eu" e "nós" em inglês, respectivamente) já eram usadas há cerca de 40 mil anos. Entre outros termos que estariam entre os mais antigos da língua inglesa também figuram "two" ("dois") e "three" ("três").
Os pesquisadores usaram um supercomputador IBM para analisar a taxa de mudanças das palavras ao longo do tempo e dizem que podem, inclusive, prever termos que têm chances de serem extintos. Segundo eles, fazem parte deste grupo palavras com múltiplos significados e usos, como "squeeze" ("espremer" ou "aperto"), "guts" ("tripas" ou "coragem") e "bad" ("mal", "mau" ou "ruim", entre outras traduções).
Os cientistas descobriram que na raiz da pesquisa está um léxico de 200 palavras que representam conceitos que não mudaram ao longo do tempo ou de país para país.
"Temos listas de palavras que linguistas produziram e que nos mostram que, muitas vezes, dois termos em línguas relacionadas são, na verdade, derivadas de um ancestral comum", explicou à BBC Mark Pagel, biólogo especializado em evolução da Universidade de Reading.
"Temos descrições de como as palavras mudam, e essas descrições podem ser transformadas em uma linguagem matemática", explicou.
Usando o supercomputador, eles rastrearam as relações conhecidas entre as palavras para desenvolver estimativas da época em que um termo ancestral se divergiu em duas línguas diferentes. Em seguida, integraram o resultado em um algorítimo que produz uma lista de palavras relevantes em uma determinada data.
"Você escolhe uma data no passado ou no futuro e o computador fornece uma lista de termos que teriam mudado ou que ainda vão mudar", afirmou Pagel.
"Dessa lista, você pode tirar um pequeno guia de palavras que poderia usar se quisesse conversar com Guilherme, o Conquistador (rei da Inglaterra de 1066 a 1087), por exemplo", disse.
"Muitas coisas que dizemos hoje, ele não entenderia. Palavras como "big" ("grande"), "bird" ("pássaro"), "heavy" ("pesado") e "here" ("aqui")."
Segundo o cientista, o vocabulário usado naquela época vinha de uma raiz diferente daquela que originou algumas palavras do inglês moderno. Os pesquisadores também descobriram que quanto mais uma palavra é usada, menor sua variação ao longo do tempo. Isso explicaria os motivos da "resistência" dos pronomes e números.
"Os sons usados para pronunciar essas palavras eram os mesmos usados por todas as pessoas que falavam os idiomas indo-europeus ao longo da História", explicou Pagel.
"Quando conversamos uns com os outros, é como se estivéssemos em um grande jogo de 'telefone sem fio'. Mas de alguma maneira, nosso idioma consegue reter sua fidelidade."
Jornal O Estado de São Paulo – Março de 2009