terça-feira, 3 de novembro de 2009

Quem cola mente mais, diz estudo

Pesquisa mostra que atitudes na escola refletem as da vida adulta

Carla Rivera, LOS ANGELES TIMES, LOS ANGELES


"Uma vez mentiroso, sempre mentiroso", costumam dizer os pais. Um estudo nacional feito nos Estados Unidos garante que existe verdade nisso. Os resultados mostram que pessoas que colaram em exames no ensino médio são consideravelmente mais propensas a serem desonestas na vida adulta, segundo um relatório divulgado pelo Josephson Institute of Ethics, em Los Angeles.

Foram pesquisadas 7 mil pessoas de diversos grupos etários. "Quando se percebe que adolescentes têm uma probabilidade cinco vezes maior que adultos de considerar a cola legal para progredir, nós temos um problema", disse Rich Jarc, diretor executivo do Josephson Institute.

O instituto emite relatórios bienais sobre a ética de alunos do ensino médio nos EUA. Eles têm mostrado um aumento consistente dos que admitem colar, mentir e roubar. O novo estudo é o primeiro a associar o comportamento adolescente com atividades desonestas na idade adulta.

Um dos resultados mostra que adolescentes de 17 anos ou menos são cinco vezes mais propensos que pessoas acima dos 50 anos a acreditar que mentira e cola são necessárias para obter sucesso.


São também quase quatro vezes mais propensos a enganar seu chefe (31% ante 8%, respectivamente) e três vezes mais propensos a guardar troco errado (49% ante 15%).

Além disso, um maior número de adultos jovens, com idades entre 18 e 24 anos, disse mentir para seu parceiro do que pessoas que têm entre 41 e 50 anos. Eles também fizeram mais cópias não autorizadas de música ou vídeo (69% ante 27%) e se disseram mais propensos a adulterar ou omitir fatos numa entrevista de emprego.

INTERNET


Para o professor de psicologia da Universidade Pepperdine, em Los Angeles, Robert A. de Mayo, a tecnologia criou uma mudança geracional na ética por meio dos downloads ilegais de música e dos plágios.

Em defesa dos adolescentes, Jarc lembra que muitos deles expressaram opiniões positivas sobre direitos de gêneros, étnicos e educacionais, que não eram necessariamente as mesmas de gerações anteriores.

Estadão - 02 de Novembro de 2009 Versão Impressa